Deputado do PL pede retirada de título de cidadão cearense concedido a Silvio Almeida

Em abril a Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) aprovou a honraria para o ex-ministro dos Direitos Humanos. A solicitação de retirada vem após acusações de assédio sexual contra outra ministra

O deputado estadual e presidente do PL no Ceará, Carmelo Neto, apresentou um projeto de lei nesta sexta-feira, 6, para a retirada do título de cidadão cearense concedido ao ex-ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, após acusações de assédio sexual contra mulheres. Entre as vítimas, estaria Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial.

ATUALIZAÇÃO | Ministro Silvio Almeida é demitido

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Carmelo é autor da proposta pedindo para que seja analisado pela Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece). O parlamento aprovou, em abril, o projeto que concedia o título para Silvio, proposta de autoria de Renato Roseno (Psol), o presidente da Alece, Evandro Leitão (PT) e coautoria de Agenor Neto (MDB), vice-líder do Governo Elmano (PT).

Na ocasião, deputados da oposição criticaram a aprovação, incluindo Carmelo Neto, que o chamou de "ministro fraco". "Esse título concedido ao ministro Silvio Almeida tira o brilho de tantos outros que estão mais aptos a receberem a horaria e dos que já receberam. Os cearenses não mereciam ter um título concedido a um ministro tão fraco, com tanta falta de prioridade. Ele não representa a valentia do povo cearense, nem a coragem do povo brasileiro e está no lugar errado", disse o deputado na ocasião.

Em julho, Silvio Almeida esteve em Fortaleza e recebeu o título de cidadão cearense em evento realizado no auditório da Assembleia. Ele afirmou que condecoração era "uma das maiores honrarias de sua vida".

"Aprendi com muitos amigos cearenses, que todo filho e filha dessa terra tem um orgulho danado de ser cearense. Todos que conheci têm prazer em falar e louvar sua terra", afirmou, na época.

Silvio Almeida é acusado de assédio sexual contra ministra

O ex-ministro foi acusado de assédio sexual nesta quinta-feira, 5, após nota da organização Me Too Brasil. Em resposta, Almeida declarou repudiar “com absoluta veemência” as acusações.

A entidade, informando ter o consentimento das vítimas, confirmou as acusações e disse que as mulheres "foram atendidas por meio dos canais de atendimento da organização e receberam acolhimento psicológico e jurídico".

O caso foi revelado inicialmente pelo colunista Guilherme Amado, do portal Metrópoles, que indicou o nome da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, além de outras mulheres, como possíveis vítimas. A afirmação de que a ministra seria uma denunciantes, não foi validada pela Me Too Brasil, que preferiu preservar o nome das mulheres.

Em nota à imprensa, Silvio Almeida afirmou que é “muito triste viver tudo isso, dói na alma”. “Mais uma vez, há um grupo querendo apagar e diminuir as nossas existências, imputando a mim condutas que eles praticam”, completa.

Na noite de sexta-feira, 6, o ministro foi demitido.

Atualizada às 23h20min

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