CPI da Câmara de Fortaleza questiona presidente da Cagece sobre serviços e tarifa

Neuri Freitas foi ouvido e confrontado por vereadores. Ele rebateu críticas e acusações sobre o trabalho da Cagece

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor) que investiga a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) recebeu nesta quarta-feira, 4, o presidente da empresa, Neuri Freitas, para questionamentos relacionados aos serviços e tarifas. A sessão foi marcada por alguns embates.

Esta foi a primeira convocação da CPI aprovada. O presidente do colegiado, vereador Iraguassú Filho (PDT), disse que outros órgãos serão convocados na próxima sessão que ocorrerá na próxima quarta-feira, 11.

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CPI da Cagece: falta de água em bairros

A primeiras perguntas foram feitas pelo relator da comissão, o vereador Lúcio Bruno (PDT), sobre a falta de água em localidades de Fortaleza. Segundo o parlamentar, os desabastecimentos são frequentes em toda a cidade. "A gente voltou à época em que a gente tem que tá tapando água em tambor pra não ficar sem água", disse.

Em resposta, Neuri afirmou que a falta de água em toda a cidade não chega aos canais da Cagece e a companhia faz uma cobertura de água de 99,62% de todo o município, mas em casos de ausência, pode se dar por obras feitas.

"Abastecer uma cidade desse porte é muito difícil. O que é que a gente tem feito? Feito nossas adutoras e o principal, que tá dentro do nosso plano de investimento agora, são os distritos de medição e controle que nós estamos fazendo. Talvez até isso tenha causado algumas reclamações de falta da água que chegou até os seus ouvidos", explicou.

CPI da Cagece: aumento de reclamações

Em seguida, Lúcio Bruno afirmou que o número de reclamações dos serviços da Cagece aumentou em 65% em um ano. No que o presidente da Cagece rebateu questionando. "Qual foi o número?". O vereador respondeu que foram 328.

"Ok, nós temos cinco milhões e meio de pessoas sendo atendidas. Se isso é representativo para dizer se a Cagece presta ou não presta o serviço, eu sinto muito, mas os senhores estão enganados", argumentou Neuri.

O relator então afirmou que o ideal seria nenhuma reclamação. O presidente da companhia rebateu novamente afirmando isso é impossível e questionou se Lúcio Bruno já teve alguma reclamação quanto à atuação dele como parlamentar. O vereador respondeu: "Claro".

"Então o senhor é péssimo?", indagou o presidente da Cagece. O parlamentar pediu para que ele prosseguisse.

CPI da Cagece: aumento da tarifa

Outro ponto levantado pela CPI foi sobre uma taxa de contingenciamento cobrada da população entre 2015 e 2022, o quanto teria sido a arrecadação e para quais obras tais recursos foram utilizados.

Neuri explicou que a tarifa para o setor de saneamento tem que cobrir o custeio, mais a depreciação e o custo de capital e o valor arrecadado em Fortaleza foi de R$ 549 milhões, sendo investidos R$ 343 milhões em projetos, R$ 57 milhões em créditos da época da pandemia e uma revisão tarifária no valor de R$ 148 milhões.

"A tarifa de uma empresa não leva em conta só a inflação, leva em conta o custeio a depreciação dos ativos que precisam ser renovados e tem que remunerar quem investe (...) Por que que deu tão alto? Porque essa é a regra", disse.

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