Bíblias nas escolas: Elmano diz que livros de todas as religiões serão contemplados
O governador apontou que a disponibilização dos livros religiosos é um "ganho civilizatório" e disse que a gestão defende a liberdade religiosa
17:20 | Ago. 13, 2024
O governador Elmano de Freitas (PT) justificou, e explicou, como deve ser colocado em prática o projeto de “Bíblias nas escolas”, no qual o Estado vai comprar e disponibilizar Bíblias nas escolas públicas do Estado. Conforme o governador, não serão apenas livros cristãos a serem incluídos nas bibliotecas, com a iniciativa também abrangendo outras religiões, “todas aquelas que o povo brasileiro professar, que o povo cearense professar".
A declaração aconteceu nesta terça-feira, 13, em Brasília, onde o petista cumpriu agenda. O projeto está em voga desde a semana passada quando o governador “abraçou” a pauta em durante congresso evangélico "Ceará Pentecostal", na Igreja do Senhor Jesus.
Ele afirmou que iria garantir o projeto de autoria do deputado estadual Apóstolo Luiz Henrique (Republicanos): "E eu tô aqui para dizer a vocês, o projeto será aprovado, as bíblias serão compradas e serão colocadas nas escolas do Estado”.
Em fala mais recente, Elmano explicou que livros religiosos de outras fés serão contemplados e avaliou que o Estado irá trabalhar para disponibilizar os materiais para os jovens, mas “não vai obrigar ninguém, estimular ou induzir ninguém a ser de religião A ou B”.
“O que nós vamos apresentar para a Assembleia é uma proposição, que tramita na Casa e que nós iremos apresentar, é de que é normal e é natural e faz muito bem a nossa juventude ela ter acesso às diversas obras religiosas das mais variadas religiões. Evidentemente, o nosso povo brasileiro é um povo religioso, de fé, a ampla maioria é cristão, mas temos outras religiões”, ressaltou.
A Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Assembleia aprovou nesta terça de forma unânime o projeto de indicação das "Bíblia nas Escolas". Por ser uma indicação, como próprio nome diz, caso aprovada, na prática, o governador terá que mandar uma mensagem com o projeto terá força para implementar a iniciativa.
O governador apontou que a disponibilização é um “ganho civilizatório” e disse que a gestão defende a liberdade religiosa. “É natural que se eu tenho liberdade de crença que eu tenha na escola a disponibilidade do livro religioso, nós não vamos obrigar ninguém a ler um livro ou outro. Nós estamos dizendo que aquelas pessoas que querem ler a Bíblia vão ler a Bíblia. Se a pessoa quer ler outro livro religioso, ela vai ter o outro livro religioso para ler”, afirmou.
Questionado sobre quais seriam as religiões, Elmano apontou que seriam “todas aquelas que o povo brasileiro professar, que o povo cearense professar”. “Não é para agradar religião, isso é para dar disponibilidade ao jovem que queira conhecer, que queira ler, que queria dessa maneira fazer uma pesquisa”, disse ainda.
“Nós somos um Estado laico, mas não devemos ser um Estado antirreligioso. Nós temos que ser um estado que reconhece a religiosidade do povo brasileiro e o Estado do Ceará reconhece a religiosidade do povo cearense, mas não vai obrigar ninguém, estimular ou induzir ninguém a ser de religião A ou B, mas, aquele que quer ser, vai encontrar na biblioteca livros de qualquer religião que ele queira professar”, afirmou.
"Bíblia nas escolas": Autor da proposta confirma mudança
Ao O POVO, o deputado Apóstolo Luiz Henrique confirmou que haverá a inclusão de uma emenda, proposta pelo Governo, para abrir a possibilidade de que livros de outras religiões sejam incluídos nas bibliotecas.
"Os advogados do governo entraram em contato com os meus advogados e estamos vendo justamente essa questão. De poder ter outros livros também, que possam estar no acervo de livros da biblioteca, das escolas públicas. Para nós o que importa é a Bíblia entrar, é a Bíblia estar lá, porque o nosso Brasil, nosso Ceará, é de 70 a 80% de pessoas cristãs", ressaltou.
Nesta quarta-feira, 14, o projeto já deve ir para o plenário e, conforme o parlamentar, já deve ser aprovado. "Por que essa brevidade, por que essa celeridade. Porque foi uma palavra do governador. Estão dizendo que é mentira. Então, pra ele mostrar que não é mentira, amanhã, com a bênção de Deus, vai ser aprovado o projeto de indicação", apontou.
Ele explicou que o projeto então vai pro Executivo e o será mandando de volta para ser aprovado e, com isso, ser implementado.
Com informações de João Paulo Biage, correspondente O POVO em Brasília