Por que Biden desistiu da eleição? Entenda cenário agravado após debate

O democrata Joe Biden desistiu de tentar a reeleição à presidência dos Estados Unidos contra o republicano Donald Trump

O presidente democrata dos Estados Unidos da América Joe Biden desistiu da candidatura na disputa presidencial contra o republicano Donald Trump na tarde deste domingo, 21. O anúncio ocorreu pelas redes sociais, em carta, mas Biden prometeu detalhar a decisão ainda nesta semana. A renúncia vem após semanas de tensão entre os democratas sobre a capacidade de Biden seguir com a candidatura.

Tudo começou no mês passado, quando Biden teve um desempenho desastroso em debate contra Trump no dia 27 de junho. Durante os 90 minutos de debate, Biden confundiu palavras, deixou respostas incompletas e pareceu confuso em diversos momentos. Alguns dias depois, o presidente afirmou à TV ABC que estava doente durante o evento e que estava "se sentindo péssimo".

É + que streaming. É arte, cultura e história.

+ filmes, séries e documentários

+ reportagens interativas

+ colunistas exclusivos

Mesmo que colegas de partido e eleitores já estivessem duvidando das condições de Biden para a reeleição - principalmente pela idade, 81 anos -, o desastre no debate foi o estopim para as pressões exigindo a renúncia do candidato. Outros episódios agravaram o cenário, como Biden chamando Volodmir Zelenski de Vladimir Putin e dizendo que Trump era seu vice-presidente.

Quase dois terços dos democratas queriam que ele desistisse da disputa, de acordo com uma pesquisa divulgada no dia 17 de julho pela Associated Press e pela NORC, uma instituição de pesquisa independente da Universidade de Chicago.

Desistência da reeleição: Biden foi pressionado pelo partido

Por semanas, Biden insistiu que não estava recuando e se mostrou inflexível, afirmando que era candidato que derrotou Trump antes e que faria isso novamente. Em entrevistas para a imprensa americana, o democrata chegou a afirmar que só desistiria se surgisse algum problema médico ou pesquisas indicassem que não haveria chances de ele vencer.

Mas em paralelo à aparente confiança pública do então candidato sobre, Biden teve a candidatura questionada dentro e fora do partido, sendo pressionado por doadores, ativistas e aliados para deixar a corrida. Figuras como a ex-presidente da Câmara Nancy Pelosi, o senador Chuck Schumer e o deputado Hakeem Jeffries, os dois principais democratas no Congresso, manifestaram preocupações em reuniões privadas com Biden sobre ele seguir na disputa e o impacto que teria para os candidatos à Câmara e ao Senado se ele permanecesse como o candidato.

Pessoas familiarizadas com as conversas disseram sob condição de anonimato que Schumer e Jeffries, ambos de Nova York, persuadiram secretamente os dirigentes do Partido Democrata a atrasar o início da nomeação de Biden em uma semana, prolongando o debate sobre a viabilidade de sua candidatura. No dia 17 de julho, o Comitê Nacional Democrata anunciou que os planos de nomeação haviam sido adiados em uma semana.

Vinte membros da Câmara e um senador apelaram publicamente ao presidente americano para se retirar da disputa. Mas, a nível privado, vários outros manifestaram profundas preocupações e disseram acreditar que ele está no caminho certo para perder a Casa Branca. A pressão cresceu após conversas privadas do ex-presidente Barack Obama, possivelmente a figura mais reverente do Partido Democrata, com aliados do partido. Obama disse que Biden precisava considerar a viabilidade de sua campanha, enfatizando que sua preocupação era proteger Biden e seu legado.

Desistência da reeleição: Biden foi afastado após testar positivo para Covid-19

No meio da crise da candidatura, o presidente Joe Biden testou positivo para Covid-19. Isso afastou o presidente, no momento em que a sua campanha esperava intensificar as suas aparições públicas em uma tentativa de mostrar que Biden está disposto a permanecer na corrida presidencial.

No primeiro comício realizado por Donald Trump após o atentado e a oficialização da sua candidatura pelo partido Republicano, realizado na última semana, o candidato republicano teceu diversas críticas à saúde de Biden, a sua capacidade de gerir o país e também a pressão para que o candidato desistisse de concorrer a reeleição, movimento que vinha do próprio partido.

Acompanhado do seu candidato a vice-presidente, JD Vance, Trump instigou os apoiadores a escolher com quem ele deveria concorrer às eleições de 2024, contra Biden ou Kamala Harris, disparando em seguida que preferia disputar a cadeira na sala oval da Casa Branca com a atual vice-presidente. "Eu gostaria de disputar com ela", disse. O foco em Harris vem sendo arquitetado pela equipe de Trump, que acredita que ela pode substituir Biden na disputa.

Desistência da reeleição: Biden sugere nome de Kamala Harris como substituta

Minutos após publicar carta nas redes sociais anunciando a desistência, o presidente Joe Biden fez outra postagem, dessa vez direcionada ao Partido Democrata, indicando o nome da vice-presidente Kamala Harris como candidata para a corrida presidencial de 2024.

Com a Agência Estado

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar