Canindé: vereador, PM e empresário movimentaram R$ 500 mil para compra de votos, diz MP
O policial militar teria atuado como agiota para financiar campanha do parlamentar; empresário era intermediário para obter recursos, segundo o Ministério PúblicoUm vereador, um cabo da Polícia Militar e um empresário foram denunciados por suposto esquema de compra de votos que movimentou em torno de meio milhão de reais nas eleições de 2020, em Canindé, cidade distante 118,60 km de Fortaleza. Os crimes teriam ocorrido no pleito para a Câmara Municipal.
A denúncia partiu do Ministério Público Eleitoral, na última sexta-feira, 12, assinada pelo promotor eleitoral Jairo Pequeno Neto. O MP identificou o suposto esquema a partir das provas obtidas por uma investigação criminal.
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Segundo apurado, o esquema seria “planejado” com antecedência, com organização e estratégia. Cada um dos denunciados tinha uma função específica, mas, no geral, os três organizavam reuniões com os eleitores e prometiam ou entregavam as vantagens ilícitas em troca de votos.
Dentre as “vantagens”, estavam transporte de eleitores, fornecimento de kits de motocicletas e pagamento de combustível, de impostos e de documentação de veículos.
O PM agia como “agiota”, sendo fonte de financiamento para a campanha do vereador. Em troca, cobrava vantagens e esperava benefícios na forma de empregos e contratos na Prefeitura de Canindé.
O empresário agia como intermediário para obter recursos para a compra de votos e garantir que os acordos eleitorais fossem honrados.
O planejamento e a organização, para o MP, evidencia “articulado cenário de compra de votos e financiamento ilícito.” As práticas indicariam a compra de votos como uma atividade organizada para influenciar o resultado das eleições.
“As reuniões e acordos evidenciam um processo deliberado de corrupção eleitoral, em que a troca de vantagens materiais por votos era parte integral da campanha, com pleno conhecimento e envolvimento do candidato”, detalha o promotor Jairo Pequeno Neto.
Os três agentes foram denunciados pelo crime de compra de votos, expresso no art. 299 do Código Eleitoral. O vereador ainda foi denunciado por omitir a declaração da quantia de quase R$ 500 mil movimentada durante a campanha.
O Ministério Público também requereu o encaminhamento de cópia da denúncia à Câmara Municipal Canindé. O intuito é apurar uma eventual quebra de decoro parlamentar por parte do vereador envolvido.
O nome dos envolvidos não foi divulgado.
Os nomes dos envolvidos não foram divulgados. O POVO tenta contado com a Câmara de Canindé para saber se a denúncia foi recebida pela Casa e quais procedimentos serão tomados. Foi tentado contato por meio do número de final 12 e do e-mail oficial. Quando houver retorno, o material será atualizado.