Prefeita de Canindé diz que casa foi 'invadida como se fosse guerra' em operação do MPCE

Conforme a gestora, ela sempre se colocou à disposição das autoridades e nada de "anormal" foi encontrado

17:08 | Jul. 11, 2024

Por: Thays Maria Salles
SUSPEITA é de que prefeita teria superfaturado contratos de limpeza pública (foto: Reprodução/Instagram @rozarioximenesoficial )

A prefeita de Canindé, Rozário Ximenes (Republicanos), considerou como "tamanha pirotecnia" a operação deflagrada contra ela, junto de secretários e empresários, pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE). A gestora se manifestou por nota, nesta quinta-feira, 11, após ser alvo de mandados de busca e apreensão por suposto superfaturamento em contratos de prestações de serviços de limpeza pública na cidade.

"Por meio de denúncias infundadas, de pessoas que não buscam o fortalecimento das instituições e da população canindeense, procedimentos e inspeções, em datas pretéritas, foram realizados, nada encontrando de anormal, pelo que sempre me coloquei à disposição, respondendo todos os questionamentos e permitindo acesso a toda documentação requerida pelas autoridades", consta em trecho do comunicado.

 

Ela também considerou uma "exacerbação inimaginável" o cumprimento de mandados em sua casa, afirmando que o local foi "invadido como se fosse uma operação de guerra para tomar um front inimigo". Situação que, segundo Ximenes, causou medo aos funcionários.

"Venho, pois, externar minha indignação e repúdio, não apenas por violar meu lar, desarrumar minhas roupas, pisar em peças íntimas, causando temor nas pessoas mais humildes, destilando ódio por nada encontrarem, pois nada existe, mas, indignação, principalmente, pelo fato de sempre ter me colocado à disposição das autoridades, pelo que não necessitaria de tal ato", seguiu a prefeita Rozário na nota.

Entenda como se deu a operação do MPCE

Foram cumpridos 12 mandados com foco na gestora, em um ex-secretário de Obras e Infraestrutura, em servidores municipais de Canindé, além de empresários da região.

Ação integra a operação “Puritas Publica”, deflagrada pelo MPCE, por meio da Procuradoria de Justiça dos Crimes contra a Administração Pública (Procap), com o apoio do Departamento Técnico Operacional da Polícia Civil.

Segundo o MPCE, a Procap recebeu denúncia, em 2023, de que a Prefeitura de Canindé estaria pagando às empresas responsáveis pela limpeza pública da cidade valores acima do mercado, indicando um suposto superfaturamento de contratos. Os serviços ainda estariam causando danos ambientais em regiões do município. A denúncia deu início à investigação.

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As buscas desta quinta, autorizadas pelo Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), foram realizadas nas residências dos investigados e também nas sedes da Prefeitura de Canindé e das empresas supostamente envolvidas.

Foram apreendidos valores em dinheiro (reais) na residência da prefeita, na casa do secretário de Obras e Infraestrutura e em uma das empresas investigadas, assim como aparelhos celulares, computadores e documentos relacionados aos contratos investigados.

Os investigados poderão responder pelos crimes de peculato, falsidades material e ideológica, entre outros.

Correção: a versão inicial da matéria informava que os mandados de busca tinham como alvo o atual secretário de Obras de Canindé, conforme informado pelo Ministério Público do Ceará. Após publicação, o MPCE corrigiu a informação e afirmou que, na verdade, trata-se de um ex-titular da pasta na cidade. A matéria foi cirrigida às 12h30min de 12/7/2024.

Confira nota da prefeita de Canindé na íntegra