Veja todas as provas que ligam Bolsonaro ao caso da venda ilegal de joias

Após a conclusão do inquérito, Moraes deu 15 dias para a Procuradoria Geral da República (PGR) se manifestar sobre o caso

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou, nesta segunda-feira, 8, o sigilo do inquérito sobre o caso da venda ilegal de joias durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Nas mais de 2000 páginas, foram elencadas ao menos oito provas que comprovariam a participação e ciência do ex-presidente no esquema.

Bolsonaro foi indiciado junto de outras 11 pessoas pelo caso na última quinta-feira, 4. Cerca de R$ 6,8 milhões teriam sido movimentados com a comercialização dos itens.

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Após a conclusão do inquérito, Moraes deu 15 dias para a Procuradoria Geral da República (PGR) se manifestar sobre o caso, decidindo por solicitar mais provas, arquivar o caso ou apresentar denúncia.

Segundo a Polícia Federal, o conjunto de evidências indica que as vendas das joias ocorriam sob determinação de Bolsonaro. Os itens deveriam ter sido entregues ao Gabinete Pessoal da Presidência da República (GADH/GPPR), órgão responsável pela análise e definição do destino dos objetos.

Link de leilão de joias e “selva”

Dentre as evidências, houve uma troca de mensagens entre Bolsonaro e Mauro Cid, na qual o ex-ajudante de ordens enviou um link de um leilão a um chamado "kit rosé", que se tratava de um relógio, um anel, abotoaduras e um terço confeccionados em ouro.

Todos eram presentes recebidos em viagem oficial à Arábia Saudita, pelo ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. À mensagem, Bolsonaro respondeu: "Selva", jargão do Exército que representa aprovação.

“Árvore e Barco”

Outra troca de mensagens entre Cid e Bolsonaro diz respeito à suposta subtração de esculturas douradas de um barco e de uma árvore e um relógio Patek Philippe. O último item teria sido recebido por Bolsonaro em novembro de 2021, no Bahrein, país do Oriente Médio.

As mensagens teriam sido enviadas pouco antes de uma viagem do ex-presidente aos Estados Unidos, país no qual os itens teriam sido vendidos, desviados do acervo público brasileiro.

"O senhor vai trazer a árvore e o barco?", escreveu Cid. Em seguida, duas mensagens, posteriormente apagadas, são enviadas por Bolsonaro, às quais Cid responde: "Sim senhor".

Foto do relógio desviado

Cid ainda teria enviado a Bolsonaro uma foto do relógio Patek Philippe. Os registros foram encontrados no computador do ex-ajudante de ordens e mostram o certificado do relógio e um print de uma pesquisa, na internet, com o valor dele. Antes, adefesa de Bolsonaro alegou que a existência do relógio não era de conhecimento do ex-mandatário.

Depoimento de Mauro Lorena Cid

Além de Mauro Cid, o inquérito também cita o depoimento do pai do ex-ajudante de ordens, o general da reserva Mauro Lourena Cid. Na fala, ele afirma que entregou US$ 68 mil a Bolsonaro.

O repasse teria sido feito de forma fracionada, conforme “disponibilidade de encontros com o ex-presidente.”. "O declarante disse que Mauro Cid relatou posteriormente que se tratava da venda de relógios de propriedade do então presidente Jair Bolsonaro”, informou o inquérito.

Dinheiro em espécie para Bolsonaro

Mauro Lorena Cid ainda é citado em outro ponto do inquérito, no qual Mauro Cid (filho) afirma que o pai estava de posse de US$ 25 mil e desejava falar com o presidente. Áudio foi captado em conversa com coronel Marcelo Câmara, assessor do ex-presidente.

“Eu acho que quanto menos movimentação em conta, melhor, né? Tem 25 mil dólares com meu pai. Eu estava vendo o que que era melhor fazer com esse dinheiro, levar em ‘cash’ aí. Meu pai estava querendo inclusive ir aí falar com o presidente”, afirmou Cid.

Bens foram levados em avião presidencial

Segundo a Polícia Federal, dados obtidos em telefone de Mauro Cid informaram que pelo menos três kits de bens de alto valor foram retirados do País no avião presidencial, em 30 de dezembro de 2022.

São eles: duas esculturas douradas (barco e árvore), presenteadas pelo Bahrein, assim como um kit da marca Chopard, formado por uma caneta, um anel e um par de abotoaduras. Já o terceiro par de joias é composto por um anel, abotoaduras e um relógio da marca Rolex.

Bens foram utilizados para cobrir despesas pessoais de Bolsonaro

A venda ilegal das joias teria sido usada para custear os gastos de Bolsonaro e sua família, no período em que estavam nos Estados Unidos. Segundo a PF, teria sido utilizado dinheiro vivo proveniente das joias, uma vez que não houve movimentação nas contas bancárias do presidente Brasil e nos EUA.

Ligação para Wassef

Outro envolvido seria o advogado Frederick Wassef. Bolsonaro o teria designado para recuperar um relógio Rolex. A evidência seria uma chamada de vídeo de Wassef e Bolsonaro, em 2 de abril de 2023, mesma data em que o item foi entregue por Wassef a Cid na Sociedade Hípica Paulista, em São Paulo.

Pronunciamento de Bolsonaro

Jair Bolsonaro (PL) se pronunciou nesta segunda-feira, 8, sobre o inquérito. Segundo ele, "muitas correções podem ser aguardadas". "A última será aquela dizendo que todas as joias "desviadas" estão na CEF, Acervo ou PF, inclusive as armas de fogo. Aguarda-se a PF se posicionar no caso Adélio: "quem foi o mandante? Uma dica: o delegado encarregado do inquérito é o atual Diretor de Inteligência", escreveu o ex-presidente no X, antigo Twitter.

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