Entenda por que 9 de julho é feriado em São Paulo

Revolução de 1932 foi um levante armado do estado contra o governo provisório de Getúlio Vargas, instituído dois anos antes

15:23 | Jul. 08, 2024

Por: Vítor Magalhães
Avenida Paulista, a mais importante de São Paulo (foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

A próxima terça-feira, 9 de julho, é feriado no estado de São Paulo. A data é uma alusão ao movimento histórico popularmente conhecido como "Revolução Constitucionalista de 1932". A data é feriado desde 1997.

A revolução de 1932 foi um levante armado do estado contra o governo provisório de Getúlio Vargas, instituído dois anos antes na chamada "Revolução de 1930", outro movimento armado que culminou em um golpe de estado.

À época, a chegada de Getúlio ao poder marcou o fim da famosa política do "Café com Leite", período em que políticos de São Paulo e Minas Gerais revezavam o domínio da República. A resposta dos paulistas ao autoritarismo do início da era Vargas marcou o período historicamente.

A gestão Vargas, entretanto, demorou a organizar uma Assembleia Constituinte, dissolveu o Congresso Nacional e nomeou interventores (governantes) aos Estados. O interventor de São Paulo não agradou aos paulistas. Em 1932, o estado se rebelou cobrando uma Constituição e protestando contra o governo.

Um dos estopins para o levante foram as mortes dos jovens Martins, Miraguaia, Dráuzio e Camargo (MMDC), em maio de 1932, durante confronto com forças do governo federal. Em 9 de julho, os revolucionários decidiram pegar em armas e repelir as forças federais.

Quase três meses após o início do conflito, paulistas se renderam, pois já não tinham mais homens e mantimentos suficientes para as batalhas. Centenas de mortes foram contabilizadas oficialmente, embora extraoficialmente se fale que o número chega a casa do milhar.

O saldo da revolução foi positivo para os interesses constitucionalistas. Nos anos seguintes ao movimento, ocorreu uma Assembleia Constituinte para que fosse escrita a nova Carta Magna do Brasil.

A data é feriado desde 5 de março de 1997. Proposição feita pelo ex-deputado Guilherme Gianetti foi assinada pelo governador da época, Mário Covas (PSDB). Desde então, nesta data, os paulistas têm o feriado cívico para refrescar a lembrança da Revolução Constitucionalista de 32.

Com informações da Alesp