200 anos da Confederação do Equador: Governo entrega medalhas e anuncia ações culturais
A Confederação do Equador foi um movimento separatista, que visava tornar o Nordeste um país independente. Medidas envolvem desde exposições, peças de teatro até audiências públicasA exatos 200 anos do estopim da "Confederação do Equador", o Governo do Estado do Ceará anunciou uma série de ações em alusão ao marco. Em solenidade de abertura, nesta quinta-feira, 27, foram entregues medalhas e anunciadas medidas, que envolvem desde exposições, peças de teatro até audiências públicas.
A Confederação foi um movimento separatista, que visava tornar o Nordeste um país independente. Iniciada na província do Pernambuco, o Ceará integrou a ação com destaque, com nomes como Tristão Gonçalves, Padre Mororó e Bárbara de Alencar, considerada a primeira presa política do Brasil.
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Essa participação cearense, segundo a Secretaria de Cultura do Ceará, será um dos focos de ações a serem realizadas pelo Governo, em homenagem ao bicentenário da Confederação. As ações ocorrem ao longo deste ano, se estendendo até março de 2025.
Integram a lista duas audiências públicas realizadas pela Assembleia Legislativa, em Crato e outra em Fortaleza; seminário conjunto sobre a Confederação realizado em Fortaleza pelo Instituto do Ceará e em Recife pelo Instituto de Pernambuco; publicação da Revista do Instituto do Ceará sobre a Confederação; exposições itinerantes e na sede do Arquivo Público e do Museu do Ceará.
Também foi incluída a reedição de livros com documentos da Confederação, além de dez apresentações nas cidades de Fortaleza, Aracati, Crato, Icó, Quixeramobim e Sobral de espetáculo de teatro sobre a Confederação e o Martírio do Padre Mororó.
Autoridades recebem medalhas em alusão ao bicentenário
A ocasião ainda contou com a entrega de medalhas a autoridades do estado, dentre eles o governador Elmano de Freitas (PT), o deputado federal Idilvan Alencar (PDT), o ex-governador Lúcio Alcântara (União Brasil) e o presidente da Alece, Evandro Leitão (PT).
Idilvan comentou que os efeitos da Confederação são sentidos até hoje no Ceará, que costuma eleger “representantes republicanos e democráticos” para liderar o estado, ao contrário de outros estados brasileiros, segundo suas próprias palavras. “Era uma rebelião contra a tirania, acho que o Ceará por ter participado aprendeu bem direitinho”, disse.
Para o deputado, o recebimento da homenagem precisa implicar, para os agraciados, o compromisso de “defesa da democracia”. “Lutar contra fake news, para não criminalizar as mulheres, lutar pelos negros, a favor da democracia. É manter-se firme a defesa dos princípios republicanos. É assim que me sinto hoje”, afirmou Idilvan.
Representando o governador Elmano, o secretário Artur Bruno também recebeu a comenda e disse que será uma das prioridades do Governo, a valorização histórica do estado. Em seguida, o ex-governador Lúcio Alcântara fez um apanhado histórico e comparou a Confederação do Equador com a Inconfidência Mineira. "Considero até mais importante, claro, ressaltando a importância do movimento mineiro. Ninguém desmerece. Enquanto a Inconfidência foi uma articulação de intelectuais e deixou como mártir Tiradentes, a Confederação foi marcada por confrontos, mortes e mártires. Foram lutas pela liberdade e temos que continuar lutando, em nome dos antepassados", afirmou.
Completam a lista de homenageados o deputado estadual De Assis Diniz (PT); o deputado estadual Renato Roseno (Psol); o presidente do Instituto do Ceará: Histórico, Geográfico e Antropológico, o general Júlio Lima Verde Campos de Oliveira; o diretor de Organização do Sindicato dos Fazendários do Ceará (Sintaf), Carlos Brasil Gouveia; a orientadora de Célula do Arquivo Público do Estado do Ceará, Janaína Ilara Ferreira Conceição; e a orientadora de célula do Museu do Ceará, Raquel Caminha Rocha.