Lula ataca PL do Aborto e rebate autor do texto: "Não preciso de teste"

Fala se refere á declaração de Sóstenes Cavalcante, de que o PL era um "teste" para provar se Lula era realmente contra o aborto

O presidente Lula (PT) criticou, nesta terça-feira, 18, a fala do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), de que o PL do aborto seria “um teste” para “provar” se o presidente mantinha o mesmo posicionamento de uma carta divulgada em 2022, na qual ele citava ser contra o procedimento. Em resposta, Lula disse que quem “precisa de teste” é o próprio Sóstenes, afirmando que a matéria do aborto destoa da real preocupação no Brasil: os índices de violência sexual contra menores de idade.

“Eu nem gosto de discutir essas pautas de costumes, porque elas nada têm a ver com o a realidade que vivemos. O que temos que discutir é que quem está abortando são meninas de 10, 12, 14 anos. É crime hediondo um cidadão estuprar uma menina e querer que ela tenha um filho”, começou o presidente, em entrevista à rádio CBN Nacional.

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Segundo Lula, o debate precisa ser tratado de “forma madura” e não “banal”, como teria sido o projeto proposto por Cavalcante. “E o cidadão [Sóstenes] diz que fez o projeto para testar o Lula, eu não preciso de teste, quem precisa é ele. Eu sou contra o aborto, agora enquanto chefe de estado, preciso tratar como saúde pública”, afirmou.

O presidente se refere a uma fala do deputado à Folha de S.Paulo, na qual ele afirmou que a proposta do PL 1904/2024, que equipara o aborto a crime de homicídio, seria um "bom teste para o Lula provar aos evangélicos se o que ele assinou na carta era verdade ou mentira".

A carta em questão foi escrita e divulgada por Lula em 2022, durante a campanha presidencial. Denominado “Carta para os evangélicos”, no texto, o hoje chefe do Executivo nacional afirma: "Sou pessoalmente contra o aborto e lembro a todos e todas que este não é um tema a ser decidido pelo Presidente da República e, sim, pelo Congresso Nacional.”

Lula diz que não subestimou o Congresso, mas Bolsonaro "o empoderou" demais

O Executivo enfrenta dificuldades com as ditas pautas de “costumes” no Congresso, que tendem a seguir o espectro mais conservador. Além do aborto, houve derrotas em pautas como a “saidinha de presos”, cujo veto do presidente foi derrubado pela Câmara.

Questionado se teria “subestimado” o Legislativo nos costumes, Lula respondeu que “não”, porque “eles estão fazendo o papel que sempre sabem fazer”. O presidente, no entanto, afirmou que há uma diferença no Governo atual com os mandatos anteriores: uma extrema direita ativista.

“Uma direita pouco pragmática na política e muito nas mentiras. Não subestimei, porque sei do nosso tamanho. Construímos uma maioria e estamos lidando com isso”, disse Lula.

Lula ainda culpou o “Governo passado”, afirmando ter sido orientado a não dizer o nome de Jair Bolsonaro (PL). Para o gestor, o ex-presidente acostumou mal o Congresso. “Ele empoderou demais o Congresso e agora o Governo está fragilizado em exercer o orçamento, por exemplo”, disse.

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