Evandro critica projeto de extinção de área ambiental e promete proteção de espaços verdes

Proposição analisada pela Cãmara Municipal de Fortaleza pode tirar um local de 11,4 hectares da Zona de Interesse Ambiental (ZIA)

16:48 | Jun. 08, 2024

Por: Guilherme Gonsalves
Evandro Leitão (foto: Samuel Setubal)

O presidente da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) e pré-candidato à Prefeitura de Fortaleza, Evandro Leitão (PT), criticou o projeto apresentado na Câmara Municipal que visa extinguir uma área ambiental de 11,4 hectares no Parque do Cocó, bairro Manuel Dias Branco, próxima à avenida Santos Dumont e à UniFanor campus Dunas.

Pelas redes sociais, o petista disse neste sábado, 8, que tem o compromisso de não tirar nenhuma área de preservação na capital cearense, caso seja eleito prefeito. Evandro ainda prometeu lutar pela ampliação de espaços verdes na Cidade.

"Fortaleza não pode ir na contramão da preservação ambiental. Diante de tantas tragédias climáticas noticiadas diariamente, propor a retirada de 11 hectares do Parque do Cocó de uma área de proteção ambiental é expor nossa população e um dos nossos patrimônios naturais ao atraso", disse na postagem.

"Queremos ampliar a proteção das nossas áreas verdes e fazer da nossa cidade um exemplo de sustentabilidade aliada ao desenvolvimento. É possível", completou.

O projeto foi enviado pelo vereador Luciano Girão (PDT), integrante da base do prefeito José Sarto (PDT), no final de maio. Atualmente, a proposição tramita na Comissão Especial do Plano Diretor.. Há menos de um mês, a Câmara aprovou duas proposições de pedetistas que excluíram áreas de proteção ambiental no Parque Rachel de Queiroz.

Luciano Girão justificou o pedido para retirar a área da classificação de interesse ambiental, por ter "perdido as características" e defendeu a interferência do poder público e ocupação do local. Ele disse ao repórter Yuri Gomes, da coluna Vertical do O POVO, que iria rever sua posição caso ficasse comprovado que haverá desmatamento

O POVO esteve na área na tarde da sexta-feira, 8, e constatou que cerca da metade dos mais de 11 hectares não são todo ou parcialmente ocupados, possuindo ainda espaços verdes no entorno. Alguns pontos, cercados por muros, apresentam mata alta e árvores de médio porte.

Ouvido pelo O POVO, o biólogo Thieres Pinto afirmou que a área em questão possui vegetação capaz de amplificar a capacidade de retenção hídrica no entorno, ou seja, impede que ocorram enxurradas e alagamentos na região. Portanto, ele aponta que modificações na zona ambiental são relevantes.

"Ali teríamos uma região de baixa taxa de ocupação e impermeabilização dos solos, o que permitiria o controle natural das enxurradas e alagamentos na região. Até mesmo para proteger o entorno das lagoas dunares que existem ali perto, também responsáveis pelo controle hídrico e pela manutenção natural do clima na região", disse.