Erika Hilton: quem é a 1ª mulher trans a liderar bancada no Congresso

Conheça a deputada federal de São Paulo que acumula mais de 2 milhões de seguidores no Instagram e lidera pautas sobre negritude e causas LGBTQIAPN+

Aos 31 anos de idade, Erika Hilton - que já foi chamada de “influencer do Congresso” - acumula diversas funções: é política, ativista e modelo. Também carrega com orgulho uma conquista: a de ser a primeira mulher trans e preta eleita como deputada federal pelo estado de São Paulo.

Ao lado de 2,2 milhões de seguidores que acompanham as suas pautas no Congresso Nacional pelo Instagram, Hilton, que integra o Partido Socialismo e Liberdade (Psol), também é uma figura viral nas redes sociais.

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Em 2023, ao responder um comentário da deputada Cristiane Lopes (União-RO), o discurso de Erika fez sucesso entre os internautas e recebeu milhões de visualizações no X (antigo Twitter).

“A sociedade ainda nos enxerga como menos mulher e, ao nos enxergar como menos mulher, também nos enxerga como menos cidadãs, que não merecem proteção”, declarou a parlamentar na época.

Conheça mais sobre a história da deputada federal Erika Hilton e suas conquistas.

Erika Hilton: história de vida

O município de Franco da Rocha (SP) apresenta uma população de 144.849 pessoas, indicadas pelo último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado em 2022. Foi na cidade, parte da Região Metropolitana de São Paulo, que Erika Santos Silva nasceu.

Hilton cresceu na periferia de Francisco Morato e, durante a sua adolescência, viu a família rechaçar a identidade da filha, expulsando-a de casa para viver com os tios em Itu.

A jovem passou anos morando nas ruas, antes que a mãe decidisse encontrá-la e a acolhesse novamente. Com o apoio da matriarca, conseguiu retomar os estudos e iniciar a universidade.

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Erika Hilton: formação acadêmica

Em sua biografia no portal da Câmara dos Deputados, a formação de Erika Hilton é indicada como Pedagogia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

Foi em suas interações e eventual participação no movimento estudantil que começou a desenvolver a sua presença na política brasileira.

Erika Hilton: atuação política

Em 2015, Erika se tornou conhecida no espaço político após disputa com uma empresa de ônibus em Itu, cidade em que morava, pelo direito de utilizar o seu nome social na passagem emitida.

Antes de se tornar deputada federal, Hilton foi eleita em 2018 por meio de um mandato coletivo para a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), chamado ‘Bancada Ativista’. O grupo reuniu oito codeputados, representados, no papel, por Mônica Seixas (Psol).

Em 2020, tornou-se a primeira mulher trans a ser vereadora da cidade de São Paulo e serviu por dois anos como a presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal.

Erika Hilton: pioneirismo

Para a ativista travesti Dediane Souza, as parlamentares Erika Hilton e Duda Salabert (PDT - MG) inauguram um “momento importante” no Brasil.

“É de total importância, não só para a visibilidade das pessoas travestis e mulheres transexuais, mas também para um debate sobre representatividade no Congresso Nacional. Então fala das possibilidades de ocupar esses espaços, enquanto corpos ditos ‘dissidentes’”, esclarece a doutoranda em Antropologia Social.

“Ocupar esses lugares, nomear, estar na disputa das narrativas de uma sociedade, do reconhecimento dessas diferenças, já é um marco muito importante na garantia de cidadania para outras”, completa.

Erika Hilton: deputada federal

Hilton assumiu o seu primeiro mandato como deputada federal pelo estado de São Paulo em 2023 e foi a primeira mulher preta e trans a ocupar o cargo. A parlamentar é a titular em exercício até 2027.

Entre os destaques de sua atuação, encontra-se a criação e liderança da Frente Parlamentar em Defesa da Cidadania e dos Direitos da Comunidade LGBTI+. O colegiado foi apoiado por mais de 200 parlamentares.

Erika Hilton: liderança de bancada no Congresso

A parlamentar substituiu Guilherme Boulos (Psol-SP), que pretende concorrer à prefeitura de São Paulo nas eleições municipais de 2024, e se tornou a líder da bancada Psol-Rede.

“Muito orgulhosa de ter sido indicada de maneira unânime como nova líder da bancada do PSOL-Rede na Câmara. Pela primeira vez na história, uma mulher trans liderará uma bancada no Congresso e negociará de igual para igual com todos os líderes partidários”, descreveu Hilton em sua rede social.

Erika Hilton x Nikolas Ferreira: ataques de transfobia

Em um caso de transfobia na Câmara no dia 6 de junho, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) entrou no meio de uma discussão entre as deputadas Erika Hilton e Júlia Zanatta (PL-SC) e disparou contra Hilton: “Pelo menos ela é ela”.

Anteriormente, a parlamentar havia criticado Zanatta, chamando-a de “ridícula” e “ultrapassada”, além de afirmar que ela deveria “hidratar esse cabelo”.

Erika Hilton: curiosidades sobre a parlamentar

Além de sua atuação como parlamentar, confira mais curiosidades sobre Erika Hilton a seguir.

Fã de Beyoncé

Hilton já afirmou gostar de música pop e ser “Beyhive”, nome associado aos fãs da cantora Beyoncé. Em seu perfil na rede social, a deputada federal também explicou a associação, em tom de brincadeira, com o termo “diva pop na política”.

“Quando eu brinco que sou uma diva pop na política, eu estou querendo justamente despertar esse sentimento, de uma comunidade que nunca olhou pra política como um ambiente que pertencesse à ela”, destaca.


Erika Hilton nas telas

A parlamentar também é uma das entrevistadas para o documentário Corpolítica, lançado em 2023, que objetiva investigar “o vazio de representatividade LGBTQIA+ no cenário político do Brasil”, de acordo com a descrição fornecida pela produtora.


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