Novo secretário de segurança do Ceará assume sob pressão por números e com 'trégua" da oposição'
O gestor chega em meio ao aumento do número de homicídios e em um período que precede os ajustes para a campanha eleitoralO novo titular da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), Roberto Sá, toma posse nesta segunda-feira, 3. Oficialmente no cargo, o secretário tem desafios de chegar sob a pressão do aumento do número de homicídios e com período eleitoral no horizonte. A disputa tende a colocar resultados da segurança em cheque e pode ser usado como artifício para a oposição, como já se vê nesta pré-campanha.
A oposição dá indícios de uma trégua para aguardar os possíveis impactos com a mudança na pasta. O entendimento é que o titular precisa de tempo para entender como está a segurança no Estado e implementar medidas. “Dar um prazo para que ele tome pé da situação. É uma situação complexa para quem não conhece o estado, e o que tem a mão para implementar medidas que possam mudar esse cenário”, ressaltou o deputado, e líder do União Brasil, Sargento Reginauro.
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Na visão dele, no entanto, não é possível esperar tanto porque a “a situação exige medidas urgentes”. O parlamentar reflete também sobre a escolha de não mudar, a preço de hoje, as chefias das corporações como a Polícia Militar e Polícia Civil. “Ele está transferindo toda a responsabilidade da segurança pública para o secretário e colocando a culpa dos resultados no anterior. Se está dando errado, é preciso mudar, e mudar de verdade”, pontuou.
O também deputado Felipe Mota (União Brasil) segue na mesma linha da dúvida se haverá mudanças estruturais e quais serão as políticas públicas prioritárias. “Eu vou esperar que o novo secretário demonstre, coloque na rua. Quais são essas políticas públicas de mudança? Ele vai fazer troca de comando? Ele vai fazer alteração e vai trocar peças de diversas delegacias? São perguntas que ficam aqui para nós sabermos o que é que ele tentará implantar”, disse.
“Nós temos que dar um crédito, torcer para que o secretário demonstre nesses 60 dias, quais são as ações e as atitudes que ele vai tomar. Espero que o governador dê carta branca para que ele possa fazer tudo com muita honestidade”, destacou ainda.
O parlamentar aponta que a segurança pública será “um dos grandes assuntos” que irá movimentar a eleição, seja na Capital e como nos pequenos municípios. “Vejo que segurança pública, que saúde, eles serão os temas da eleição de 2024. Corrido com isso, com aumento de impostos, com aumento de taxas, com arrecadação de taxas, como a Taxa do Lixo”, citou.
Presidente do PL no Ceará, Carmelo Neto, ressaltou esperar que novo titular faça um "bom trabalho". "E sobretudo que o governador entenda a gravidade da situação que estamos enfrentando", disse ao OPOVO.
Líder do PT na Assembleia Legislativa (Alece), o deputado De Assis Diniz ressalta que a posse acontece com “muito prestígio” e cita “recuperar a sensação de segurança, ter agenda da tropa nas ruas, trabalho de inteligência para sufocar o financiamento, combate permanente ao crime organizado”.
Para ele, é preciso “enfrentar o fenômeno carioca no nascedouro das milícias, evitando e combatendo seu enraizamento na estrutura das comunidades”, além de “firmeza nas respostas da tropa e confiança absoluta no papel do comando”.
Em termos de "todo e qualquer processo eleitoral", ele avalia que o tema faz parte de um tripé ao lado da economia, com geração de emprego, e o aumento do consumo relacionado a renda da população."Essa questão da segurança é sempre visada no enfrentamento de todo e qualquer debate na sociedade, seja para as eleições, seja para governabilidade. Você ter sensação de segurança, combate firme, sufocar financeiramente", cita.
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