Fávaro diz que Pacheco e Lira têm responsabilidade com pauta ambiental

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, disse que os "grandes líderes" do Congresso têm demonstrado responsabilidade com a pauta ambiental. Em uma entrevista à CNN Brasil, divulgada neste sábado (1º), ele afirmou que não vê espaço para retrocessos avançarem no Legislativo.

"Eu não vejo o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco pautando e apoiando uma pauta em que o Brasil retroceda nas questões ambientais. Ajustes são necessários, mas retroceder, não", disse Fávaro, que é senador licenciado pelo PSD do Mato Grosso. "O presidente da Câmara, Arthur Lira tem responsabilidade", acrescentou.

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Fávaro defendeu, no entanto, que alguns projetos citados por organizações de defesa do meio ambiente como retrocessos não pioram as condições ambientais. Como exemplo, citou a nova legislação de licenciamento ambiental, já aprovada na Câmara e em discussão no Senado.

"Se tiver alguma palavra dela, alguma frase, que precariza o meio ambiente na agropecuária brasileira, não precisa votar esse projeto. Eu sei que não tem", afirmou. O ministro também defendeu mudanças em parte do Código Florestal, sobretudo em trechos que, segundo ele, "não se aplicam."

Fávaro acrescentou que o Ministério da Agricultura tem procurado formas de premiar os produtores ambientalmente responsáveis com taxas de juros menores no Plano Safra. Segundo ele, depois da criação do cadastro ambiental rural, ainda é possível avançar para premiar, por exemplo, produtores que usam produtos naturais em vez de pesticidas.

UE. O ministro disse também que o Brasil não pode se submeter às leis do Parlamento Europeu que criam exigências ambientais para produtores agropecuários. Ele reconheceu que esse arcabouço pode dificultar a aprovação do acordo entre Mercosul e União Europeia, mas afirmou que ele "não é a única saída" para o País.

"Nós queremos muito firmar esse acordo, esse acordo é importante para a nossa agropecuária ganhar ainda mais mercado e competitividade, mas não é a única saída que nós temos", disse.

Segundo Fávaro, a estratégia de fortalecimento do chamado "Sul Global" - que inclui os Brics, e as relações comerciais com a Ásia e o Oriente Médio - é uma saída para esse problema. "E a Europa que não fique achando que vai ditar as regras do mundo, porque talvez ela caia no isolamento", afirmou, acrescentando que essas regras podem criar inflação na região.

O ministro reconheceu que as medidas adotadas pela União Europeia podem prejudicar os produtores brasileiros, mas disse que há saídas. "Nós vamos vender mais para a Ásia, para o Oriente Médio, para a África", ele disse, defendendo que a legislação ambiental brasileira já é forte.

Fávaro também afirmou que a criação de uma Autoridade Climática no País, defendida pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, seria positiva. "Se o principal ativo da agricultura brasileira é o clima, um clima estável com chuvas regulares, não excessivas e nem que faltem, e sol na medida certa, uma autoridade que cuide de clima é fundamental para a agropecuária", disse.

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Carlos Fávaro meio ambiente União Europeia

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