Vereadores comentam troca na Segurança: "Se não for Jesus, o que este homem pode fazer?"
O vereador do PL, Marcelo Mendes disse que Roberto Sá não poderá fazer nada contra a máquina pública já instalada. Iraguassú Filho, líder do Sarto, afirmou que a situação ficou insustentável após fala de antigo secretário
22:25 | Mai. 28, 2024
A troca do secretário da Segurança Pública do Ceará (SSPDS) anunciada na última segunda-feira, 27, pelo governador Elmano de Freitas (PT) repercutiu entre vereadores de oposição ao PT na Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor). A mudança ocorreu após o antigo comandante da pasta, Samuel Elânio dizer que o número de homicídios no Estado era "razoável".
Marcelo Mendes (PL), que recentemente tomou posse na vaga de Julierme Sena (PL) disse que o delegado Roberto Sá, que assumirá a pasta, não poderá fazer nada, a não ser que seja Jesus Cristo.
"De que adianta mudar o nome de alguém se a estrutura de poder é a mesma? O que esse novo secretário pode fazer? Não sei o nome dele ainda, mas se não for Jesus Cristo o que este homem poder fazer? Nada", declarou ao O POVO nesta terça-feira, 28.
Marcelo lembrou das gestões no Governo do Ceará de Cid Gomes (PSB), Camilo Santana (PT) e hoje do Elmano, dizendo que houve equívocos nas gestões, portanto a troca do comandante da Segurança Pública será ineficiente.
"Ele (Roberto Sá) lutará contra uma máquina que há muitos anos vem cometendo erros, equívocos que tem matado os cearenses. Cid, Camilo, Elmano. Nós vamos para 20 anos de uma política de segurança pública equivocada. Não adianta trocar o nome do secretário, ele não poderá fazer rigorosamente nada", disse.
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Líder do governo José Sarto (PDT), o vereador Iraguassú Filho (PDT) comentou que as mexidas na gestão Elmano, ao todo foram 9 - sendo quatro secretárias -, é comum, mas se surpreendeu por ter sido em menos de dois anos de governo.
Iraguassú afirmou que a fala do secretário em meio a um nível alto de insegurança piorou o cenário e então o governador antecipou o processo de mudança. "Todo governo faz seus ajustes no decorrer do mandato. Me surpreendeu só porque tem um ano e cinco meses o governo e foi uma mudança significativa. Obviamente na segurança pública depois da declaração ficou insustentável, mas ali foi só a gota d’água que transbordou o copo (...) Era uma situação que já vinha meio insustentável", disse ao O POVO.