Após aprovação de projetos, Sarto defende discussão antes de interferir no meio ambiente

A fala do prefeito de Fortaleza é após a Cãmara Municipal aprovar dois projetos de extinção de áreas de proteção ambiental com votação da base do Sarto

Um dia após a Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor) aprovar dois projetos que excluem duas áreas de proteção e recuperação ambiental, incluindo uma faixa de preservação dos recursos hídricos, o prefeito José Sarto (PDT) disse que é preciso muito cuidado no tema e defendeu discussão antes de qualquer interferência no meio ambiente.

O gestor afirmou nesta sexta-feira, 17, que ainda não teve tempo de avaliar sobre o assunto, mas acredita que atualmente é necessário incluir a prudência ecológica como pauta. Ele ainda citou as chuvas atípicas na capital cearense. No início da semana, pontos da cidade sofreram com alagamentos.

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"Não tive tempo ainda de me deter sobre esse assunto (projetos aprovados), mas eu acho que a pauta moderna inclui a prudência ecológica. Veja o que tá acontecendo com essa quadra chuvosa atípica. Nós estamos há 3 anos com quadra chuvosa atípica", disse no Mercado Central, durante assinatura de ordem de serviço para reforma do equipamento.

"E a natureza se ressente da ação do ser humano. É preciso que a gente tenha muito cuidado. Que a gente priorize a pauta ecológica, que a gente tenha muita discussão antes de fazer qualquer interferência no meio ambiente", declarou Sarto.

As propostas aprovadas na Câmara suprimem um quadrilátero, localizado na avenida Governador Parsifal Barroso, da Macrozona de Proteção Ambiental e da Zona de Recuperação Ambiental (ZRA); e outro compreendido às margens do Parque Rachel de Queiroz, excluído da Macrozona de Proteção Ambiental I e também da ZRA. Segundo o Plano Diretor de Fortaleza, a ZPA 1 é uma faixa de preservação permanente dos recursos hídricos.

Os projetos foram enviados pelo então vereador Antônio Henrique, hoje deputado estadual, e o vereador Adail Júnior, ambos do partido de Sarto. As proposições foram aprovadas na Câmara sem grandes dificuldades com a base do prefeito sendo a favor.

Fortal e desmatamento ilegal

Em Fortaleza também há outra polêmica envolvendo a pauta ambiental, a do novo local do Fortal,ni terreno próximo ao Aeroporto Pinto Martins que pode receber a edição do evento de 2024. A empresa estaria suprimindo de vegetação da área de 20 hectares, inclusive com trechos de Mata Atlântica na região.

O colunista do O POVO, Carlos Mazza, noticiou em primeira mão que a Superintendência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Ceará autuou a empresa responsável pela organização do Fortal por supressão irregular de vegetação na área da nova Cidade Fortal. Além disso, também determinou o embargo da obra na região até a solução de qualquer impasse ambiental no caso. 

Em inspeção, fiscais do Ibama Ceará constataram que houve, de fato, desmatamento ilegal de parte do terreno da obra, até mesmo com a derrubada de árvores. Como a região possui trechos de Mata Atlântica, qualquer ação deste tipo precisaria de autorização expressa da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace).

No entanto, a Semace, por hora, só teria elaborado um parecer sobre o terreno, constatando a presença de 80% de vegetação nativa, incluindo espécies indicadoras do bioma Mata Atlântica, o que exigiria uma Autorização para Uso Alternativo do Solo (UAS). Ainda não foi emitida qualquer autorização neste sentido.

Com informações do repórter Luciano Cesário da Rádio O POVO CBN

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