Show da Madonna deixa conservadores brasileiros indignados
Principal queixa do grupo é o evento ocorrer em meio às chuvas que acometem o Rio Grande do SulO show da Madonna mobilizou legião de fãs e até quem não é adepto dos mais convictos, mas acompanhou a apresentação. Em tempos de redes sociais, quem tem fãs necessariamente atrai também os haters. Os conversadores também ficaram de olho na performance realizada nesse sábado, 4, no Rio de Janeiro. Fizeram comparação ao "Satanismo" e às cidades bíblicas "Sodoma e Gomorra", termos que chegaram aos assuntos mais comentados do X, antigo Twitter.
O senador cearense Eduardo Girão (Novo) compartilhou um tweet que criticava os homenageados de Madonna, tais como Che Guevara, Paulo Freire, a deputada federal Erika Hilton (Psol-SP) e a vereadora Marielle Franco (Psol-RJ). O texto também considerava a apresentação como "show de horrores".
É + que streaming. É arte, cultura e história.
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) direcionou críticas à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), por agradecer o homenagem que Madonna fez a personalidades brasileiras. Na ocasião, uma foto da ministra apareceu no telão do palco.
"Aparece de quatro em quatro anos e quando consegue um cargo, envergonha a nossa nação como ministra do Meio Ambiente no momento mais dramático da história do Rio Grande do Sul (RS)", escreveu o parlamentar.
E seguiu: "Colocou a culpa no [ex-presidente Jair] Bolsonaro e politizou uma tragédia. Depois, no dia em que bebês estavam boiando mortos no RS, você tira seu tempo pra agradecer Madonna colocando uma foto sua em telão? Uma cristã agradecendo uma satanista? Você é a definição de mentira".
Outro deputado federal que criticou o evento foi o Delegado Ramagem (PL-RJ). Segundo ele, "a revolta não é contra a artista Madonna, mas pelo escárnio com o dinheiro público, pago pela população".
"Desprezam a finalidade de incentivo à cultura nacional, formação de novos artistas e reforma de teatros e casas de eventos do Rio de Janeiro", apontou.
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) também considerou a produção como "um escárnio com o povo brasileiro". A senadora Damares Alves (Republicanos) direcionou críticas à diva pop.
"Eu estou me perguntando: será que a famosa cantora sabe o que está acontecendo no Rio Grande do Sul? Será que ela teve acesso às notícias? E pergunto ainda: cadê a empatia e a solidariedade dos organizadores do show? Cancelar e ou adiar seria um grande prejuízo? E a dor das famílias gaúchas e as vidas perdidas não tem valor algum?", questionou Damares.
Na contramão desses parlamentares, políticos de centro-direita e outros bolsonaristas foram vistos na área vip do evento. São eles: Aécio Neves (PSDB-MG); o presidente do União Brasil, Antonio Rueda; o advogado e assessor de comunicação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Fábio Wajngarten; e o senador Jorge Seif (PL-SC), além do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL).
Janja também é alvo de críticas em relação ao show da Madonna, mesmo sem ir
Quem também foi criticada por convervadores foi a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja. No sábado, o colunista do O Globo Lauro Jardim informou que Janja participaria do show da Madonna. Logo em seguida, bolsonaristas acusaram ela de insensibilidade tento em vista as fortes chuvas que assolam o Rio Grande do Sul,
"Tomara que dê certo, o Brasil está todo focado nisso. Parabéns, Janja", escreveu Ferreira. O filho do ex-presidente, deputado federal Eduardo Bolsonaro, fez comentário parecido: "Enquanto isso no Rio Grande do Sul...", ironizou.
Os deputados federais Zé Trovão (PL-RS) e Ricardo Arruda (PL-PR) publicaram uma imagem de Janja, com durante de 24 horas, com a frase "Empatia zero".
Após a repercussão, o secretário-executivo do Ministério da Cultura, Márcio Tavares, afirmou que a primeira-dama não iria ao evento. "Estivemos ontem cumprindo agendas para ações de cultura do G-20 no Rio de Janeiro junto da ministra Margareth Menezes e de Janja. Janja, que já se encontra de volta em Brasília após os compromissos, participa ativamente da construção das ações de cultura do G-20", escreveu.