Camilo é homenageado com Medalha Abolição e diz que escolha de Evandro "unificou o PT"

No processo interno, Evandro levou a melhor e foi escolhido como pré-candidato do PT para a prefeitura de Fortaleza

22:38 | Mai. 03, 2024

Por: Júlia Duarte
FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL- 03.05.2024: Camilo Santana. Entrega da Medalha da Abolição no Palacio da Abolição pelo Governador Elmano de Freitas. (Foto: Aurélio Alves (foto: AURÉLIO ALVES)

O ministro da Educação, Camilo Santana (PT), foi um dos homenageados nesta sexta-feira, 3, com a Medalha Abolição, comenda entregue pelo Governo do Ceará. Além de agradecer pelo prêmio, que fez questão de compartilhar com a população cearense pelos mandatos de deputado, governador e senador, o petista falou sobre o desafio que agora cabe ao deputado Evandro Leitão, escolhido como pré-candidato do PT à Prefeitura de Fortaleza.  

Na visão de Camilo, o processo interno que culminou na escolha de Evandro, contra outros quatro pré-candidatos, unificou a sigla e demarcou o início do diálogo com legendas aliadas. "O PT é um dos poucos partidos que tem uma democracia interna e quem decide são os próprios filiados. Todos os cinco pré-candidatos são grandes lideranças no Estado, participaram todos do processo democrático do partido e agora o partido sai unido. É hora de construir novos aliados, apresentar o nome do deputado Evandro como pré-candidato do partido", avaliou.

O ministro seguiu ao ressaltar que o debate será para apresentar à população um "projeto" em linha com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e com o governador Elmano de Freitas (PT). "Construir um projeto que hoje nós defendemos, que é um projeto liderado pelo presidente Lula, a nivel nacional, liderado pelo governador Elmano, em nível do Estado, que a gente possa apresentar alternativas que possam melhorar a vida do povo de Fortaleza, que merece um olhar mais especial em todas as áreas", disse.

Evandro, então, ficará com a "missão" de intermediar o diálogo com as siglas aliadas. "O Evandro tem essa missão de construir esse projeto coletivo com nossos aliados, para que a gente possa apresentar um projeto para a cidade de Fortaleza", ressaltou.

Na disputa interna, Evandro levou a melhor com 141 votos de delegados, contra 58 ligados à deputada federal Luizianne Lins (PT), que se abstiveram do processo. Uma pessoa não votou. O presidente da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) tinha largo apoio de nomes da cúpula petista, incluindo de Camilo, que se absteve publicamente do processo, movimento também feito por Elmano.

A legenda contou com cinco pré-candidaturas, mas, desde o início, Evandro e Luizianne despontaram como nomes mais fortes dentro da sigla. Até o momento, a deputada não se pronunciou sobre o processo. Enquanto isso, Evandro se organiza para começar o diálogo com as legendas para considerar apoios para a vice na chapa e montar o plano de Governo. 

Camilo também comentou sobre a menção ao seu nome feito pelo ex-ministro José Dirceu, que o colocou como um possível nome para concorrer à Presidência. O ministro se esquivou e apontou que sua "dedicação" está no Ministério. "A minha dedicação, o povo sempre reconheceu, eu estou muito focado e dedicado a reconstruir aquele Ministério que foi desmontado ao longo de muitos anos e ajudar o Lula, meu país, a educação brasileira. Em tão pouco tempo já foram tantos avanços", apontou. 

Em evento em Fortaleza no início da semana, o ex-ministro da Casa Civil do primeiro governo de Lula fez diversos acenos a Camilo. "Acho que ele já é uma figura nacional", afirmou. "Ele tem uma experiência parlamentar, de Executivo e é ministro da Educação, que eu considero uma das pastas mais importantes para o futuro do Brasil. E está indo muito bem. E ele tem experiência de governar (...) Eu vejo hoje o Camilo como um patrimônio que nós temos e uma das promessas", disse. 

O ex-ministro também citou outras opções como possíveis postulantes a presidência do país, como os nordestinos Renan Filho (MDB), ministro dos Transportes; Wellington Dias (PT), ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, e Rui Costa (PT), atual ministro da Casa Civil.

Com informações da réporter Thays Maria Salles