Técio diz que Sarto tenta garantir reeleição "às custas da classe média": "Política de multas"
Técio Nunes ainda disse que não quer demarcar diferença com o PT antes da definição de programas de Governo. Além disso, segundo ele, o Psol tem a prerrogativa na federação com a Rede em Fortaleza
14:29 | Abr. 30, 2024
Pré-candidato à Prefeitura de Fortaleza pelo Psol, o produtor cultural Técio Nunes afirmou que o prefeito José Sarto (PDT) pratica uma “política de multas” na capital cearense. Segundo ele, as taxas consistem em uma tentativa de garantir a reeleição do atual gestor.
“Sarto vem tentando garantir sua reeleição às custas da classe média. Isso tá colocado né? [..] Uma ‘política de multa’ em Fortaleza, que mais que quadruplica o número do que foi arrecadado. E o que muda? Só taxando as pessoas. Ele está em desespero tentando garantir a reeleição. Enquanto isso a cidade está abandonada”, afirmou ele à Rádio O POVO CBN na manhã desta terça-feira, 30. O debate com o produtor cultural dá seguimento à série de entrevistas com pré-candidatos a prefeito na Capital.
Técio citou, especialmente, uma falta de efetividade da taxa do lixo, implementada no primeiro semestre do ano passado e direcionada para o manejo de resíduos sólidos de Fortaleza. Para o pré-candidato, a cobrança serve para “bancar Deus sabe o quê”, já que o lixo “segue amontoado na cidade de Fortaleza”, nas áreas nobres e na periferia.
“O Sarto implementa uma taxa do lixo, que esse ano vai arrecadar R$ 80 milhões, às custas da classe média, para bancar Deus sabe o quê. O lixo continua amontoado nas periferias de Fortaleza. Você anda e vê a cidade suja. O que quase R$ 80 milhões arrecadados com a taxa do lixo, taxando a classe média, tá fazendo pra resolver esse problema? O que mudou? R$ 80 milhões era pra mudar nossa política de resíduos sólidos e não muda”, disse.
Confira a entrevista na íntegra
Técio não quer demarcar diferença com o PT antes da definição de programas de Governo
O Psol faz parte da oposição do governo Sarto na Câmara de Fortaleza. Além disso, integra a base do Governo do Estado, representado na Secretaria da Juventude do Ceará. A titular da pasta é Adelita Monteiro (Psol), esposa de Técio.
Questionado sobre o que o diferenciaria da candidatura do PT em Fortaleza, encabeçada pelo deputado estadual Evandro Leitão, Técio defendeu uma pluralidade de visões da esquerda. No entanto, o pré-candidato afirmou que não gostaria de demarcar uma diferenciação mais específica, por ora, enquanto os programas de Governo não estão estabelecidos.
“Não gostaria de demarcar uma diferença com o PT porque não sei qual programa o PT vai apresentar para a cidade. As diferenças vão ser apresentadas com debate. Nós vamos começar a construir um programa. E a partir dele, vamos ver a diferença. Temos uma demarcação muito clara de combate a desigualdade social. Que garanta um combate sistemático ao racismo, à misoginia, à homofobia”, afirmou.
Ele, no entanto, alega que manterá a candidatura até o fim, fazendo referência ao processo de 2022, no qual a candidata Adelita Monteiro se retirou para integrar a aliança do hoje governador Elmano de Freitas (PT). Segundo Técio, o momento era ímpar, com o principal foco sendo o combate ao bolsonarismo, que segue, mas incluindo agora possibilidades de se explorar diferentes “debates qualificados”.
Em Fortaleza, Psol teria a prerrogativa na federação com a Rede
A pré-candidatura de Técio enfrenta impasses na federação com a Rede Sustentabilidade. Após o lançamento do Psol, a Rede lançou a ambientalista Cindy Carvalho como nome da sigla para a disputa municipal em Fortaleza. Por serem federadas, as duas siglas precisam definir apenas um dos nomes para seguir na disputa.
Segundo Técio, há um cálculo na federação, que determina qual partido teria a prerrogativa de lançar candidatos em cada cidade. Essa escolha seria com base no tamanho e na representação do partido em nos locais. No caso de Fortaleza, a prioridade seria do Psol e não da Rede.
“A Rede lançou a pré-candidatura sabendo dos limites. A prerrogativa de lançar pré-candidatura é do Psol e a Rede sabia disso. Acho que com o objetivo de fazer o debate, acho legítimo”, afirmou.
Técio, no entanto, não garante que essa seja a decisão tomada pela federação, mas que "acha muito difícil" uma mudança de cenário.