Adiado outra vez julgamento de policial bolsonarista que matou tesoureiro do PT

É o terceiro adiamento do caso. Desta vez, o motivo foi local do julgamento. A defesa de Guaranho era contrária à realização da sessão na cidade onde o crime ocorreu, Foz do Iguaçu

O julgamento do policial Jorge Guaranho, acusado de assassinar o tesoureiro do PT Paraná, Marcelo Arruda, foi suspenso mais uma vez. Em 2022, o então apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entrou na festa de aniversário de Arruda, cujo tema era o presidente Lula, e efetuou disparos, atingindo e matando o tesoureiro. Uma motivação política foi, naturalmente, atribuída.

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O julgamento estava marcado, a princípio, para o dia 7 de dezembro. Foi remarcado para 4 de abril. A defesa alegou ter sido surpreendida com a inclusão no processo de um laudo pericial.

Já no início deste mês, a defesa do réu abandonou a sessão, provocando mais um um adiamento. Os advogados, recém-trocados, alegaram que não tiveram tempo hábil para analisar o processo e para conversar com o cliente.

A sessão foi, então, remarcada para o próximo dia 2 de maio, quase um mês depois. No entanto, a defesa conseguiu o adiamento mais uma vez e o julgamento segue sem nova data.

O motivo desta vez foi o local do julgamento. A defesa de Guaranho era contrária à realização da sessão na cidade onde o crime ocorreu, Foz do Iguaçu. Uma liminar para a mudança foi concedida pelo juiz Sergio Luiz Patitucci, do Tribunal de Justiça do Paraná. O mérito ainda será analisado.

Segundo a defesa, caso o julgamento fosse sediado em Foz do Iguaçu, não seria possível haver uma “defesa plena” do réu, tendo em vista que seria via júri popular e a vítima havia exercido cargos públicos na cidade. O corpo de jurados seria composto por sete funcionários da hidrelétrica e 21 funcionários municipais. Assim, o juiz considerou que a configuração poderia influenciar na sentença.

É alegado ainda que as manifestações em favor da vítima, realizadas na cidade, poderiam indicar uma possível influência. No entanto, há uma estratégia de desvinculação da motivação política do crime por parte da defesa de Guaranho.

Os representantes da família de Arruda esperam "uma sentença de caráter sancionador e também pedagógico, porque a sociedade brasileira não pode admitir que a intolerância e o ódio persistam instigando a conflagração social". Declarações foram dadas ao jornal Folha de São Paulo.

Relembre o caso

Marcelo Arruda era tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu. Em 9 de julho de 2022, comemorava o seu aniversário de 50 anos na sede de um clube associativo. A festa estava decorada com símbolos petistas.

Sem ser convidado, Guaranho, apoiador do então presidente Jair Bolsonaro (PL), chegou ao local da festa em um carro branco, acompanhado de uma mulher com uma criança no colo.

Ao descer do veículo, se dirigiu aos presentes dizendo aos gritos: "Aqui é Bolsonaro". O ex-agente penal entrou no salão portando uma pistola Taurus calibre 40 e iniciou uma discussão por motivos políticos.

Guaranho e Arruda se desentenderam e o agente penitenciário deixou o local. O autor do crime voltou 20 minutos depois e efetuou os dois disparos que vitimaram o guarda municipal.

 

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