Defesa de Bolsonaro volta a pedir que Moraes libere passaporte para viagem a Israel
Na petição, a defesa justifica que a viagem duraria sete noites e seis dias, e não apresenta risco de que o ex-mandatário não retorne ao Brasil
16:49 | Abr. 26, 2024
Os advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltaram a pedir que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, libere o passaporte do cliente, que está detido desde fevereiro deste ano. O pedido, feito nesta sexta-feira, 26, decorre de um convite feito pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu a Bolsonaro, para viagem ao país.
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Na petição, a defesa justifica que a viagem duraria sete noites e seis dias, e não apresenta risco de que o ex-mandatário não retorne ao Brasil.
“Além disso, é crucial ressaltar que a autorização para esta viagem não acarreta qualquer risco ao processo, especialmente considerando os compromissos previamente agendados no Brasil, que demandam a presença do Peticionário após seu retorno de Israel”, escreve a defesa, composta pelos advogados Paulo da Cunha Bueno, Daniel Tesser, Fabio Wajngarten, Saulo Segall, Thais Guimarães e Clayton Soares.
“Esta circunstância não apenas atesta a responsabilidade e comprometimento do solicitante com suas obrigações locais, mas também reforça a natureza transitória e temporária da viagem em questão”, segue o documento.
No primeiro pedido, feito ao final de março, os juristas mencionam que precisam do documento para que Bolsonaro e a família viajem a Israel entre os dias 12 e 18 de maio.
“É crucial ressaltar que a autorização para esta viagem não acarreta qualquer risco ao processo, especialmente considerando os compromissos previamente agendados no Brasil, que demandam a presença do Peticionário após seu retorno de Israel”, diz o documento.
A defesa pede a devolução do passaporte de Bolsonaro “ainda que temporária” e reitera que ele ficará à disposição para atender a qualquer chamado ou diligência judicial, se necessárias, antes ou após a viagem.
Viagem de aliados de Bolsonaro a Israel
No dia 19 de março, os governadores de São Paulo e Goiás, Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Ronaldo Caiado (União), respectivamente, se encontraram com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e com o presidente do país, Isaac Herzog.
O encontro ocorreu no período de crise diplomática entre o Brasil e o Oriente Médio em detrimento da declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que comparou a atuação israelense na Faixa de Gaza ao extermínio de judeus pelo regime nazista de Adolf Hitler.
Bolsonaristas, Tarcísio e Caiado fazem oposição ao governo Lula.
Os governadores viajaram a Israel inicialmente a convite da comunidade brasileira no país, como mostrou o Estadão.
"Depois que o primeiro-ministro soube do acordo dos governadores para visitar Israel e à luz da importante relação entre Israel e o Brasil, os governadores foram convidados pessoalmente para uma série de reuniões com altos funcionários israelenses, incluindo o primeiro-ministro", declarou a embaixada de Israel no Brasil.
Bolsonaro se hospeda na Embaixada da Hungria
O pedido para que o passaporte do ex-presidente fosse liberado foi protocolado em 25 de março, data em que o jornal norte-americano The New York Times divulgou imagens em que Bolsonaro chega à Embaixada da Hungria junto a dois seguranças e na companhia do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, e integrantes da equipe diplomática.
Conforme as gravações, Bolsonaro chegou ao local no dia 12 de fevereiro e permaneceu lá até o dia 14 do mesmo mês. O ex-presidente procurou a Embaixada após a Polícia Federal apreender seu passaporte em investigação.
Quatro dias antes, a corporação havia deflagrado a Operação Tempus Veritatis que apura a conduta de Bolsonaro e seus assessores mais próximos no planejamento de uma tentativa de golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
De acordo com o veículo norte americano, a estadia de Bolsonaro na embaixada sinaliza que ele estaria tentando aproveitar suas boas relações com o embaixador para tentar escapar da Justiça Brasileira.
Viktor foi um dos poucos chefes de Estado a comparecer à cerimônia de posse de Bolsonaro em janeiro de 2019.
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