Sob protesto da oposição, Câmara aprova empréstimo de R$ 425 milhões à Prefeitura de Fortaleza
A votação contou com 24 votos favoráveis e 16 contrários. O vereador Cônsul do Povo (PSD), recém saído da base de Sarto, se absteve
13:17 | Abr. 25, 2024
Em sessão marcada por protestos e até células com o rosto do prefeito José Sarto (PDT) lançadas da tribuna, a Câmara de Fortaleza aprovou um novo empréstimo à Prefeitura Municipal. Montante consiste em R$ 425 milhões a serem destinados, segundo o projeto de lei, a investimentos públicos e necessidades básicas da população.
A votação contou com 24 votos favoráveis e 16 contrários. O vereador Cônsul do Povo (PSD), recém-saído da base de Sarto, se absteve da votação. Confira a lista completa no fim da matéria.
A sessão contou com protestos da oposição, que alegavam que o pedido era vago, pedindo maior detalhamento da implementação do dinheiro. Além disso, reclamavam da alocação dos sete outros empréstimos concedidos anteriomente. A decisão foi seguida por diversos pedidos de justificativa de votos, onde a oposição reforçou os argumentos.
Já a base do prefeito Sarto defendeu a destinação da renda, alegando que a oposição critica sem qualquer comprovação de desvio ou fraude de qualquer natureza.
Este é o oitavo pedido de empréstimo da Prefeitura de Fortaleza, em três anos e quatro meses de gestão. O projeto de Lei cita questões internacionais como a Guerra da Ucrânia e o conflito entre Israel e Hamas. Além disso, cita questões da economia nacional, como o avanço na agenda de reformas como o novo arcabouço fiscal aprovado.
A solicitação já havia sido tema de debate no Grande Expediente da quarta-feira, 17. Na ocasião, a oposição pediu vista na Comissão Conjunta de Constituição e Orçamento e a votação do empréstimo foi adiada para hoje.
Durante a sessão, os vereadores protagonizaram debate quente
O assunto foi levantado pelo vereador Júlio Brizzi (PT) que reclamou do novo pedido, alegando ser “vago” e pedindo que os parlamentares fossem contrários e mandassem uma matéria pedindo explicações sobre o direcionamento da verba. Da oposição, comentaram sobre o assunto: a vereadora Professora Adriana Gerônimo (PT), Gabriel Aguiar (Psol), Ronivaldo Maia (PSD), Estrela Barros (PSD), Léo Couto (PSB), Danilo Lopes (PSD) e Bruno Mesquita (PSD), Eudes Bringel (PSD), Dr. Vicente (PT) e Priscila Costa (PL).
Em resposta, defenderam o prefeito, os parlamentares Adail Júnior (PDT), Prof. Edinilson (Cidadania), Carlos Mesquita (PDT), Iraguassu Filho (PDT), PP Cell (PDT) e Didi Mangueira (PDT). “Dizer que não está dizendo para que é o dinheiro é um absurdo! Podem olhar os dados. Sarto tem usado menos o poder que a Prefeitura tem de endividamento. É um empréstimo para a Cidade”, disse Didi Mangueira.
Esta foi a votação de mais destaque com a nova configuração da bancada da Câmara após o fim da janela partidária. Com a bancada atual e o tema sendo discutido, deu-se uma maior clareza de como serão os embates entre base do prefeito e a oposição antes das eleições municipais em outubro.
Os vereadores aliados de Sarto são 24. Na votação desta quinta, votou com o governo um vereador que é considerado de oposição, Márcio Martins (União Brasil). Além dos outros 23 votos pró-Sarto, governistas, há também a vereador Cláudia Gomes (PSDB), que não votou por estar na presidência.
Na oposição hoje, são considerados 19 vereadores, numa frente eclética que reúne de PT a PL. Além dos 16 que votaram nesta quinta, ainda são incluídos na conta Martins, Cônsul do Povo (PSD), que se absteve, e Ronaldo Martins (Republicanos), que estava ausente.
Embates em temas e projetos que divergem posições até o período eleitoral deverão apresentar os números semelhantes aos da aprovação de mais um empréstimo para a Prefeitura, salvo mudança de cenário. Enquanto a base defenderá e tentará manter a força de Sarto, a oposição busca desgastar a imagem do prefeito e viabilizar suas candidaturas.
Como votaram os vereadores
Votaram sim pelo empréstimo
- Adail Jr (PDT)
- Ana Aracapé (Avante)
- Carlos Mesquita (PDT)
- Didi Mangueira (PDT)
- Diógenes Madeira (PRD)
- Emanuel Acrizio (Avante)
- Fábio Rubens (PDT)
- Gardel Rolim (PDT)
- Germano He-Man (Mobiliza)
- Iraguassu Filho (PDT)
- Jorge Pinheiro (PSDB)
- José Freire (PDT)
- Kátia Rodrigues (PDT)
- Luciano Girão (PDT)
- Lúcio Bruno (PDT)
- Marcelo Lemos (Avante)
- Márcio Martins (União Brasil)
- Paulo Martins (PDT)
- Pedro Matos (Avante)
- PPCell (PDT)
- Professor Enilson (Cidadania)
- Raimundo Filho (PDT)
- Veríssimo Freitas (Agir)
- Wellington Saboia (PMB)
Foram contrários
- Adriana Almeida (PT)
- Adriana Nossa Cara (Psol)
- Bruno Mesquita (PSD)
- Danilo Lopes (PSD)
- Dr. Vicente (PT)
- Enfermeira Ana Paula (PSB)
- Estrela Barros (PSD)
- Eudes Bringel (PSD)
- Gabriel Aguiar (Psol)
- Inspetor Alberto (PL)
- Julierme Sena (PL)
- Júlio Brizzi (PT)
- Léo Couto (PSB)
- Priscila Costa (PL)
- Ronivaldo Maia (PSD)
- Tia Francisca (PSD)
Abstenção
- Cônsul do Povo (PSD)
Não votaram
- Cláudia Gomes (PSDB), presidente da sessão
- Ronaldo Martins (Republicanos), não esteve presente
Com informações do repórter Guilherme Gonsalves/O POVO
Atualizada às 19h38min