Alinhados no Ceará, PDT e PSDB podem formar federação; união com PSB é descartada
O PDT dialogava para federar com o PSB, mas as negociações desandaram na esteira do racha interno entre pedetistas
10:37 | Abr. 15, 2024
O presidente nacional do PDT, o deputado André Figueiredo, relatou que é uma "possibilidade" a formação de federação do partido com o PSDB. Os tucanos estão federados com o Cidadania, acordo válido até 2026, prazo que, para Figueiredo, será usado para aprofundar as discurssões entre as legendas.
Uma possível federação com o PSDB é cogitada após desandar o diálogo com o PSB, antes tido como foco entre pedetistas. A pactuação com os socialistas está "totalmente descartada", conforme ressaltou o deputado.
"Nós temos dialogado nacionalmente com o presidente do PSDB, com o lider do PSDB na Câmara, é uma possibilidade, não é uma certeza, até porque a federação do PSDB com o Cidadania vai até 2026. Então temos até 2026 para dialogarmos. São dois partidos que nós respeitamos muito, até porque a federação com PSB está totalmente descartada", avaliou na noite da quinta-feira, 11, quando recebeu a Medalha Boticário Ferreira, maior comenda oferecida pela Câmara Municipal de Fortaleza.
Uma possível federação entre as siglas era dialogada e tinha força para se concretizar. Em entrevista ao Jogo Político, o deputado federal Eduardo Bismarck (PDT) apontou que os parlamentares da bancada eram favoráveis à união, mas o ministro Carlos Lupi (PDT), presidente nacional licenciado, teria sido contra a decisão.
"O PDT, por ter mais deputados e por ter tido mais votos na eleição do ano anterior, seria o partido que comandaria a federação. O Lupi não quis e disse: 'Vamos deixar para depois das eleições municipais'. E a gente: 'Lupi, isso vai dar ruim. O PT não vai deixar o PSB se federar com a gente'. E o Lupi insistindo nessa tese. O Ceará implode. A gente (grupo do Cid) se une com o PSB e o PSB vira as costas para o PDT", relatou no podcast.
O deputado deu como pano de fundo a disputa interna no PDT que tinha o grupo de Figueiredo de um lado e o do senador Cid Gomes (PSB) de um lado. Após a disputa, Cid e seu grupo se filiou ao PSB. Antes mesmo da confirmação da ida do grupo para a sigla socialista, Figueiredo já tinha alertado que a filiação comprometeria a federação.
"Se efetivamente concretizar a ida do senador Cid e seu grupo para o PSB é um direito deles, mas é um direito do PDT também dizer que não quer mais essa federação. Se não temos condições de convivência dentro do PDT com o grupo do senador Cid, eles estão saindo para outro partido, não teremos condições de conviver numa mesma federação. A federação PDT-PSB estará definitivamente comprometida caso isso se concretize", afirmou Figueiredo em entrevista à rádio O POVO CBN ainda em dezembro. Em fevereiro, Cid e seu grupo desembarcaram no PSB.
As alianças nas próximas eleições municipais também se tornaram empecilho. O PDT está na vica do PSB na Prefeitura do Recife (PE), mas condicionou a manutenção do apoio na principal capital do ex-aliado à retribuição em Fortaleza, principal município pedetista no Brasil. Com o PSB na oposição ao prefeito José Sarto (PDT), o entendimento ficou obstruído.