Lula rebate críticas de Musk após ataques ao STF: 'Nunca produziu um pé de capim'
A declaração do petista faz referência aos ataques de Musk ao Supremo Tribunal Federal (STF), mais precisamente ao ministro Alexandre de Moraes, que, no entendimento do empresário, mantém Lula "na coleira"
15:44 | Abr. 10, 2024
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou o proprietário do X, antigo Twitter, Elon Musk, afirmando que o empresário “nunca produziu um pé de capim” no Brasil, e que não tem direito de falar mal da Corte brasileira. A fala ocorre após Musk criticar o Supremo Tribunal Federal (STF).
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“O crescimento do extremismo de extrema-direita se dá ao luxo de permitir que um empresário americano, que nunca produziu um pé de capim nesse país, ouse falar mal da Corte brasileira e dos ministros brasileiros”, pontuou o presidente.
“A gente não é nem quer ser melhor do que ninguém. Não é nariz empinado. Ninguém quer mais cabresto, queremos andar de cabeça erguida sem tampão no olho", completou.
A declaração do petista faz referência aos ataques de Musk ao Supremo Tribunal Federal (STF), mais precisamente ao ministro Alexandre de Moraes, que, no entendimento do empresário, mantém Lula “na coleira”.
No último fim de semana, Musk e Moraes protagonizaram uma briga em detrimento da possível extinção do X no Brasil. O imbróglio é resultado de uma exigência feita a Musk pelo STF, que determinou que o empresário sul-africano suspendesse alguns perfis da rede.
Na sequência, o dono da plataforma afirmou que as “multas pesadas” impostas por Moraes estão fazendo a rede social perder receitas no Brasil. Por este motivo, Musk ameaça fechar o escritório do X no país.
Além disso, o empresário pediu para que os internautas utilizassem um recurso chamado rede privada virtual (VPN) para ter acesso ao aplicativo caso ele seja derrubado por decisões judiciais.
No último sábado, 6, Musk anunciou que liberaria as contas de usuários da rede que haviam sido bloqueadas por medidas judiciais. O nicho é composto por influenciadores e expoentes do bolsonarismo que foram suspensos da plataforma, como o empresário Luciano Hang, dono da Havan; o blogueiro Allan dos Santos, e Daniel Silveira, ex-deputado.
Twitter Files: emails vazados criticam Moraes e acusam Corte de censura
No último domingo, 7, o dono do X afirmou que a empresa publicará, em breve, todos os documentos exigidos por Moraes, e constatar que os pedidos vão contra a legislação da nação brasileira.
“Este juiz traiu descaradamente e repetidamente a Constituição e o povo do Brasil. Ele deveria renunciar ou sofrer impeachment”, escreveu.
As declarações do dono da Tesla se originam do chamado “Twitter Files Brazil”, uma referência ao vazamento de emails internos do Twitter que mostravam que os conteúdos impulsionados pela rede tinham parcialidade.
O material insinuava que o Supremo Tribunal Federal estava censurando Big Techs e espionando indiscriminadamente usuários para interferir nas eleições presidenciais de 2022.
A primeira parte dos relatórios foi divulgada ao final de 2022, pelo jornalista Matt Taibbi. Ele compartilhou emails internos da empresa acerca da decisão da companhia de suprimir temporariamente uma narrativa do New York Post de 2020. As alegações nunca foram constatadas.
Já na última quarta-feira, 3, o tema voltou ao debate quando o jornalista norte-americano Michael Shellenberger publicou críticas a Moraes. O aglomerado de declarações está sendo chamado de “Twitter Files Brazil”, que consiste em capturas de tela de emails pertencentes a um ex-executivo da plataforma, nos quais ele teria criticado pedidos de acesso a dados de usuários da rede pelo Judiciário brasileiro, contrariando a política do aplicativo.
O jornalista acusa o magistrado de:
- Exigir que o Twitter revelasse informações pessoais sobre internautas que subiram a hashtags que ele “não gostou”;
- Censurar, unilateralmente, postagens de parlamentares brasileiros;
- Tentar transformar as políticas de moderação de conteúdo da rede social em uma arma contra apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Os pedidos não são inéditos e envolvem apuração de ataques a ministros da Corte, bem como solicitações para barrar a propagação de notícias falsas.
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