Ex de filho de Lula reclama da falta de posicionamento do PT após denúncia

No último dia 4, Natália concedeu uma entrevista ao O Globo. Nela, a médica defendeu que o presidente "tem nada a ver" com o episódio envolvendo o filho dele, Luís Cláudio

17:29 | Abr. 10, 2024

Por: Luíza Vieira
Ex-companheira de filho de Lula reclama do silêncio do PT após denúncia de agressão (foto: Reprodução/ Twitter: Natália Schincariol )

A psiquiatra Natália Schincariol chamou a atenção para o silêncio do Partido dos Trabalhadores (PT) acerca da denúncia de agressão feita por ela contra o ex-namorado, Luís Cláudio Lula da Silva, filho mais novo do presidente Lula (PT).

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Por meio das redes sociais, a médica compartilhou uma nota de repúdio do grupo Criadores da Esquerda, que afirma estar descontente com a falta de posicionamento da legenda, à qual Natália é membro.

“Nós, Criadores da Esquerda, expressamos nossa profunda preocupação e solidariedade à companheira Natália Schincariol, vítima de misoginia e violência por parte de Luís Cláudio Lula da Silva. Natália, filiada ao PT, merece nosso apoio e proteção contra essa cultura machista”, consta no comunicado.

“Lamentamos que, até agora, nenhuma mulher da Secretaria Nacional de Mulheres do PT tenha se posicionado. Todos nós devemos nos posicionar e cobrar justiça, independentemente de quem seja o agressor. Reafirmamos nosso compromisso com a luta contra a violência de gênero e o apoio às vítimas, seguindo o exemplo da Lei Maria da Penha”, afirma a publicação compartilhada por Natália.

No último dia 4, Natália concedeu uma entrevista ao O Globo. Nela, a médica defendeu que o presidente “tem nada a ver” com o episódio envolvendo o filho dele, Luís Cláudio.

“Eu não namorei o Lula. Eu namorei ele (Luís Cláudio). O Lula não me fez nada de ruim. Não adianta querer usar o pai para limpar a barra dele. Ninguém apoia violência psicológica e moral: nem direita nem esquerda. Acho que seria mais nobre ele só pedir desculpas e parar”, disse Natália, que destacou ter sido vítima de violência “verbal, psicológica e moral”.

O que aconteceu?

No dia 1° de abril, a mulher registrou um boletim de ocorrência contra o ex-companheiro, acusando-o de agressão física e psicológica. No mesmo dia, quando o post ganhou repercussão nacional, ela pediu para que os usuários das redes sociais deixassem Lula e sua família “em paz”.

“Parem de responsabilizar os familiares por maldades de um homem adulto de 40 anos. São pessoas totalmente diferentes”, escreveu.

Em outro post, Natália compartilhou uma publicação que criticava o popular “esquerdomacho”, que consiste em “um homem de ideais progressistas, com inclinações políticas de esquerda e que se diz defensor dos direitos das mulheres, mas que se contradiz em suas atitudes em relação às mulheres com quem convive”.

A maioria dos seguidores da médica tem apoiado a sua decisão de levar seus relatos de agressões físicas e psicológicas à polícia, outros questionam as alegações apresentadas pela mulher.

Aos 28 anos, Natália afirma que os ataques sofridos nas redes sociais têm impactado sua saúde e que já não consegue acompanhar tudo o que comentam em suas publicações.

A 1° Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de São Paulo instaurou inquérito policial para investigar as acusações. Natália e Luís Cláudio devem ser chamados para prestar depoimento nos próximos dias.

O boletim registrado cita cinco acusações contra Luís Cláudio (violência doméstica, ameaça, vias de fato, violência psicológica contra a mulher e injúria). Advogados de Luís Cláudio disseram que as declarações são "fantasiosas" e pedirão reparação por danos morais.

As agressões são de natureza física (oportunidade em que me deu uma cotovelada na barriga em uma das brigas no final de janeiro deste ano), verbal, psicológica e moral, e têm se intensificado ao longo do tempo, colocando em risco a minha integridade física e mental", declarou no documento registrado às 15h17 do dia 2 de abril junto à Polícia Civil.

A agressão teria ocorrido depois de a mulher tentar pegar o celular do acusado. Ela afirmou ainda que não registrou ocorrência anteriormente porque Luís Cláudio teria dito que não aconteceria nada por ele ser filho do presidente da República.

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