Exílio: o que é e quem fugiu do Brasil durante a ditadura

Durante a Ditadura Militar diversos artistas tiveram que optar por ser exilar em outros países prevendo uma possível retaliação pelos militares da época

No dia 1º de abril, completam-se 60 anos do golpe militar que resultou em 21 anos de ditadura no Brasil. O resultado da implementação na época levou diversos artistas a se refugiarem em outros países, com medo de retaliação por parte dos que estavam no comando do país naquele período.

Gilberto Gil, Caetano Veloso e Oscar Niemeyer foram alguns dos famosos que tiveram que se exilar. Grande parte desses nomes influentes teve que seguir para a Europa, mas alguns optaram por países vizinhos para continuar sua atuação em conjunto com aliados que permaneceram no Brasil.

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O momento em que esse medo ficou cada vez mais aflorado foi após a proclamação do Ato Institucional Número Cinco (AI-5), instaurando o mais duro momento de repressão ao livre arbítrio desses artistas no Brasil.

O AI-5 chegou a prender membros do movimento tropicalista - que incluía Gil e Veloso - e posteriormente, quando foram postos em prisão domiciliar, optaram pelo exílio em 1969, com a orientação de só retornarem “quando fossem autorizados”, o que só ocorreu em 1972.

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Exílio: o que significa?

A definição do termo exílio está relacionada estreitamente ao significado de diáspora, situação que retrata o afastamento do povo judeu de sua pátria e terra de origem. Em grego, diáspora significa dilaceramento, separação violenta pela força.

Dessa forma, esse significado remete bem à situação das pessoas que optaram pelo exílio durante a Ditadura Militar, já que escolheram “fugir” por medo de uma nação que, em tese, deveria ser sua pátria ou lar.

Exílio: famosos que fugiram do país

Engana-se quem pensa que apenas artistas tiveram que optar pelo exílio. Muitos religiosos, professores e principalmente militantes assíduos e representantes políticos que não apoiavam a ditadura também foram forçados a se exilar.

Alguns desses foram confundidos com militantes comunistas e tiveram que optar pelo exílio. Mas esse é um privilégio de quem realmente teve condições de passar por isso; muitas pessoas tiveram que permanecer no país e foram confrontadas, torturadas e até mortas.

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Conheça alguns dos artistas que fugiram do país:

Oscar Niemeyer

Um dos mais renomados arquitetos do país, mesmo assim foi confrontado e obrigado a deixar o país. Quando jovem, ele foi associado à ideologia russa durante a Segunda Guerra Mundial. O ministro da Aeronáutica da época teria dito que “o lugar de um arquiteto comunista é em Moscou”.

Raul Seixas

Outro revolucionário que na época foi perseguido e, segundo Raul, até violentado. O cantor afirmou que chegou a ser aprisionado na sede do Dops (Departamento de Ordem Política e Social) no Rio de Janeiro. Segundo o cantor, em uma reportagem para a Folha, ficou em um lugar subterrâneo, foi espancado e levou choques.

O músico confessou que saiu de lá “convidado” a deixar o país e, junto com sua esposa Edith Wisner foi para os Estados Unidos no início de 1974.

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Paulo Freire

O educador foi um que foi perseguido, preso e teve que passar anos exilado no Chile. Seu exílio foi motivado por estar ao lado dos estudantes. Ele foi acusado de traidor, tendo que ficar 16 anos fora do país. Em 1967, durante o exílio no Chile, escreveu o primeiro livro, Educação como Prática da Liberdade.

Membros do Tropicália

Uma vertente musical bastante popular na época era o Tropicália, que tinha artistas que, por conta tanto de suas letras quanto de seus estilos, foram perseguidos e obrigados ao exílio.

Entre esses artistas estavam Gilberto Gil, Caetano Veloso, Rita Lee… Gil e Caetano foram presos e posteriormente obrigados a se exilar. Rita também chegou a ser capturada pelos militares, pois na época foi encontrada com posse de maconha.

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Rita Lee foi presa após descobrir que estava grávida de seu primeiro filho e só conseguiu sair com a ajuda de Elis Regina, que, ao visitá-la, ajudou em sua defesa e liberação.

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