60 anos do golpe: 6 livros para saber mais da ditadura no Brasil
Conheça relatos sobre o período histórico e os impactos da ditadura militar na população brasileira por meio de seis obras
07:00 | Mar. 30, 2024
434 mortos e desaparecidos definem o saldo de 21 anos da Ditadura Militar no Brasil. O período, que se estendeu de 1964 a 1985, completa 60 anos no cenário histórico do País em 31 de março de 2024.
De acordo com a organização Human Rights Watch, desde 2012, promotores federais apresentaram acusações em mais de 50 casos criminais de abusos de direitos humanos durante o regime militar do Brasil. A maioria foi rejeitada nos tribunais, citando o prazo de prescrição ou a lei de anistia aprovada pela ditadura
Com a passagem do tempo, vale conferir obras que contextualizam o regime militar no Brasil e as consequências na vida da população, que se estendem até o presente.
ENTENDA o que aconteceu com os militares que foram contra o golpe de 1964
1. A Ditadura Envergonhada (Coleção Ditadura) - Elio Gaspari
O primeiro volume de Elio Gaspari faz parte de uma série com cinco livros, todos focados no período da Ditadura Militar, de sua concepção à derrocada.
A obra de abertura, “A Ditadura Envergonhada”, descreve os primeiros passos de um regime militar que ainda negava a denominação de ditadura após o golpe, ocorrido em 31 de março de 1964.
2. Memórias - Gregório Bezerra
O líder político Gregório Lourenço Bezerra narra suas memórias da Ditadura Militar com a ajuda de seu filho, Jurandir Bezerra.
A autobiografia inclui a sua libertação da prisão em troca do embaixador americano sequestrado, em 1969. Em seguida, Bezerra viveu na União Soviética até 1979.
3. Almanaque 1964 - Ana Maria Bahiana
A obra não se limita ao Brasil, mas recupera os fatos históricos que marcaram 1964 e contextualiza as curiosidades do ano que transformou o País.
Da Guerra do Vietnã à tensão entre as duas potências mundiais do século XX, Estados Unidos e União Soviética, “Almanaque 1964” faz jus ao seu nome e apresenta fotografias, relatos e complementos que ajustam o público à época.
4. Ainda Estou Aqui - Marcelo Rubens Paiva
O trabalho de Marcelo Rubens Paiva interliga as memórias de sua mãe, Eunice, em um tom autobiográfico que procura recuperar a memória do pai de Marcelo, o deputado Rubens Paiva, torturado e morto pelo regime militar.
As lembranças também são postas à prova na figura da mãe, que após batalhar durante a perda do marido, precisa lidar com o Alzheimer em sua velhice.
5. A Torre: O cotidiano de mulheres encarceradas pela ditadura - Luiza Villaméa
Villaméa centra o seu livro nas figuras femininas que trabalharam contra a ditadura militar brasileira. O nome escolhido, “A Torre”, também referencia o espaço no Presídio Tiradentes que abrigou várias presas políticas a partir de 1969.
A obra faz parte da coleção “Arquivos da Repressão no Brasil”, publicada pela editora Companhia das Letras.
6. Castello: A Marcha para a Ditadura - Lira Neto
Como o primeiro ditador do regime militar, Humberto de Alencar Castello Branco foi um dos responsáveis por auxiliar o golpe que destituiu João Goulart da presidência em 1964.
A sua ascensão ao poder é discutida pelo jornalista Lira Neto em biografia de volume único.
A figura de Castello Branco também é tema do novo filme original do O POVO+, "Castello, o Ditador", que abrange depoimentos de familiares de cearenses que desapareceram na ditadura.