Bolsonaro pede a Moraes devolução de passaporte para viajar a Israel

A defesa pede a devolução do passaporte de Bolsonaro "ainda que temporária" e reitera que ele ficará à disposição para atender a qualquer chamado ou diligência judicial

15:51 | Mar. 28, 2024

Por: Luíza Vieira
Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e 11 aliados foram indiciados por venda ilegal de joias sauditas (foto: Lula Marques/Agência Brasil)

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) protocolou um pedido ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, solicitando a liberação do passaporte do cliente, que está detido desde fevereiro.

Mais informações ao vivo:

De acordo com a petição, os advogados mencionam que precisam do documento para que Bolsonaro e a família viaje a Israel nos entre os dias 12 e 18 de maio, a convite do primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu.

“É crucial ressaltar que a autorização para esta viagem não acarreta qualquer risco ao processo, especialmente considerando os compromissos previamente agendados no Brasil, que demandam a presença do Peticionário após seu retorno de Israel”, diz o documento.

A defesa pede a devolução do passaporte de Bolsonaro “ainda que temporária” e reitera que ele ficará à disposição para atender a qualquer chamado ou diligência judicial, se necessárias, antes ou após a viagem.

O anúncio foi feito pelo ex-secretário de Comunicação do governo Bolsonaro, Fabio Wajngarten, por meio do X, antigo Twitter. 

"Como é de domínio público, faz parte da atividade política o relacionamento internacional bem como ampliar o diálogo com lideranças globais", consta na publicação de Wajngarten. 

Veja

A defesa do Presidente @jairbolsonaro peticionou na última 2feira, 25/3, junto à Suprema Corte, requerendo a devolução do passaporte do Presidente, ainda que por prazo determinado, tendo em vista convite para visitar Israel no próximo mês. Como é de domínio público, faz parte da… pic.twitter.com/Hc0ZU6USja

— Fabio Wajngarten (@fabiowoficial) March 28, 2024

Viagem de aliados de Bolsonaro a Israel

No dia 19 deste mês, os governadores de São Paulo e Goiás, Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Ronaldo Caiado (União), respectivamente, se encontraram com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e com o presidente do país, Isaac Herzog.

O encontro ocorreu no período de crise diplomática entre o Brasil e o Oriente Médio em detrimento da declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que comparou a atuação israelense na Faixa de Gaza ao extermínio de judeus pelo regime nazista de Adolf Hitler.

Bolsonaristas, Tarcísio e Caiado fazem oposição ao governo Lula.

Os governadores viajaram a Israel inicialmente a convite da comunidade brasileira no país, como mostrou o Estadão.

"Depois que o primeiro-ministro soube do acordo dos governadores para visitar Israel e à luz da importante relação entre Israel e o Brasil, os governadores foram convidados pessoalmente para uma série de reuniões com altos funcionários israelenses, incluindo o primeiro-ministro", declarou a embaixada de Israel no Brasil.

Bolsonaro se hospeda na Embaixada da Hungria

O pedido para que o passaporte do ex-presidente fosse liberado foi protocolado no último dia 25, no dia em que o jornal norte-americano The New York Times divulgou imagens em que Bolsonaro chega à Embaixada da Hungria junto a dois seguranças e na companhia do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, e integrantes da equipe diplomática.

Conforme as gravações, Bolsonaro chegou ao local no dia 12 de fevereiro e permaneceu lá até o dia 14 do mesmo mês. O ex-presidente procurou a Embaixada após a Polícia Federal apreender seu passaporte em investigação.

Quatro dias antes, a corporação havia deflagrado a Operação Tempus Veritatis que apura a conduta de Bolsonaro e seus assessores mais próximos no planejamento de uma tentativa de golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

De acordo com o veículo norte americano, a estadia de Bolsonaro na embaixada sinaliza que ele estaria tentando aproveitar suas boas relações com o embaixador para tentar escapar da Justiça Brasileira.

Viktor foi um dos poucos chefes de Estado a comparecer à cerimônia de posse de Bolsonaro em janeiro de 2019.

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