Wagner diz que Bolsonaro deveria ter desarmado acampamentos: "Fundamento nenhum"
Ele acredita ser o "cenário ideal" ser apoiado por outras legendas e ressalta que a vinda de Bolsonaro ao Ceará será um "evento do PL"O pré-candidato do União Brasil em Fortaleza, Capitão Wagner, criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por não ter atuado para desarmar acampamentos bolsonaristas montados em frentes a quarteis. À Rádio O POVO CBN, nesta sexta-feira, 22, ele apontou que, enquanto candidato derrotado, reconheceu derrotas e nunca questionou as urnas eletrônicas. A resposta aconteceu ao ser questionado sobre a figura de Bolsonaro estar envolvida em suspeitas de golpe de Estado.
“Eu sou um democrata. Quem me conhece, viu o posicionamento que tive nas eleições que eu perdi. Tenho até um relato do presidente do Tribunal de Justiça quando eu perdi para o Roberto Cláudio (PDT, ex-prefeito de Fortaleza). Eu fiz um ofício ao TRE elogiando o trabalho do TRE, eu sou um democrata, nunca questionei urna eletrônica”, afirmou.
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Em réplica, o deputado estadual e presidente do PT de Fortaleza, Guilherme Sampaio, questionou se Wagner achava que Bolsonaro deveria ter feito o mesmo no dia seguinte à derrota presidencial. Os dois participavam do programa Debates do POVO. Wagner, então, disse defender que Bolsonaro tivesse atuado para desmontar os acampamentos. Instalados em frente aos quarteis, os grupos questionavam as urnas, questionavam a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pediam intervenção.
“Eu defendo que seja democrata, eu concordo, inclusive, que ele deveria ter chamado aquele pessoal que estava em porta de quartel e sair da porta do quartel, até porque aquilo ali não tinha fundamento nenhum”, disse.
Confira o diálogo completo
Guilherme Sampaio: Afinal, o Bolsonaro tentou dar um golpe? Isso deve ou não deve ser condenado?
Capitão Wagner: Eu sou um democrata. Quem me conhece viu o posicionamento que tive nas eleições que eu perdi. Tenho até um relato do presidente do Tribunal de Justiça quando eu perdi para o Roberto Cláudio (PDT, ex-prefeito de Fortaleza). Eu fiz um ofício ao TRE elogiando o trabalho do TRE, eu sou um democrata, nunca questionei urna eletrônica
Guilherme Sampaio: Você acha que o Bolsonaro deveria ter feito isso no dia seguinte?
Capitão Wagner: Isso é um problema do Bolsonaro.
Guilherme Sampaio: Você defende que ele deveria ter feito isso no dia seguinte a isso que você fez?
Capitão Wagner: Eu defendo que seja democrata, eu concordo inclusive que ele deveria ter chamado aquele pessoal que estava em porta de quartel e sair da porta de quartel, até porque aquilo ali não tinha fundamento nenhum, mas vamos voltar para nosso debate de Fortaleza.
Sobre a vinda de Bolsonaro ao Ceará, em ação no dia 11 de abril, Wagner refletiu que o momento será um "evento do PL" e apontou que se trata de uma estratégia para turbinar a campanha de André Fernandes (PL).
"Essa vinda do ex-presidente aqui é agora em abril. Acredito que até abril, a gente não tenha resolvido essa questão. É um evento do PL. A gente respeita o André. Acho que o evento inclusive é algo para tentar impulsionar ainda mais a candidatura dele", ressaltou ao O POVO.
Ele disse que sua candidatura está "pronta" para cenários em que recebe o apoio do legendas como PL ou Novo, mas para que isso só aconteça no segundo turno. Segundo ele, a ala da direita deve se reunir em meados de maio e junho e avaliar quem tem a candidatura mais forte.
"(André) cresceu bem, já se apresenta com cerca de 10 pontos nas pesquisas. Eu acho que é uma tentativa de crescer ainda mais e chegar competitivo em julho para sentar na mesa e poder dizer 'eu tô melhor do que você então me apoia ou coisa parecida", ressaltou.
Na corrida pelo do Governo do Estado, Wagner recebeu apoio de Bolsonaro. Sua chapa tinha como vice Raimundo Gomes Matos, indicado do PL para o cargo. A dupla ficou em segundo lugar, atrás de Elmano de Freitas (PT) e Jade Romero (MDB), eleitos em primeiro turno. Desde a derrota, Wagner tem desfalcado eventos vinculados ao PL e tem recalculado rota com o apoio do ex-presidente.
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