Carlomano Marques é denunciado por superfaturamento nos livros escolares de Pacatuba

Ex-prefeito renunciou ao cargo recentemente. O sobrepreço teria ocorrido na tentativa de beneficiar a sobrinha do prefeito

14:06 | Mar. 21, 2024

Por: Ludmyla Barros
CARLOMANO Marques é reeleito em Pacatuba (foto: Sara Maia, em 6/11/2014)

O ex-prefeito de Pacatuba (distante 32,4 km de Fortaleza) Carlomano Marques (MDB) foi denunciado pelo Ministério Público do Ceará (MPCE). O gestor, que renunciou ao cargo recentemente, está sendo investigado por suspeita de superfaturamento na compra de livros para alunos da rede pública de ensino, referente a contratos de 2017.

A denúncia foi formulada pelo MP junto dos vereadores Enio Medeiros (PDT) e Francisco Edson da Silva Almeida (PP), além dos ex-vereadores Aroldo Pereira Junior, e Edvânia Amaro Gurgel. Na última segunda-feira, 18, foi ajuizada uma ação de improbidade administrativa com ressarcimento de dano contra a Prefeitura.

Segundo as denúncias, os livros teriam sido adquiridos pelo preço unitário de R$ 218,75, quando o valor comercializado constaria em R$ 103,40. Ou seja, o sobrepreço consistiria em mais de 100% do valor original, com danos financeiros de R$ 375.118,20 aos cofres públicos.

Essa diferença teria ocorrido na tentativa de beneficiar a sobrinha do prefeito, esposa do sócio da distribuidora de livros, Pedro Soares da Silva Neto, que também foi denunciado.

Além do ex-prefeito e de Pedro Soares, foram denunciados Ana Kelly Pinto Cavalcante, então secretária municipal de Educação, e Arleudisia Rodrigues de Matos, que trabalhava no setor de compras da gestão.

O gestor foi alvo de outra operação deflagrada pelo MPCE, em abril de 2023. Ele chegou a ser alvo de mandado de prisão. As acusações eram de crimes contra a administração pública e licitatórios na Prefeitura do Município. 

Em nota enviada ao O POVO, a defesa do ex-prefeito, feita pelo advogado Leandro Vasques, afirmou que só irá se pronunciar após ser formalmente cientificado da ação. "Estamos prevenidos que em anos eleitorais denúncias originadas por opositores políticos muitas vezes buscam induzir o Ministério Público a erro: no momento oportuno refutaremos esses fatos", diz o texto.