'Papai, eu vou tomar vacina, não falsifica, por favor', pediu filha a indiciado junto com Bolsonaro
Diálogo entre pai e filha constitui elemento que reforça a tese de que Sousa Brecha operava esquema de falsificação de dados vacinais para Bolsonaro e outras 16 pessoasRelatório da Polícia Federal (PF) sobre esquema de inserção de dados falsos em cartões de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), familiares e aliados, contém diálogo entre João Carlos de Sousa Brecha, ex-secretário de governo de Duque de Caxias (RJ), e sua filha. Conforme a PF, Brecha era o encarregado de incluir dados fraudulentos nos documentos com informações sobre a vacinação.
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A filha do ex-titular da pasta então pede: "Papai, eu vou tomar a vacina do Covid segunda dose segunda, não falsifica, por favor", solicitou a filha a João Carlos Brecha." A mensagem é de 19 de outubro de 2022. Brecha sinaliza que cumprirá o pedido da filha. "Tá bom, meu amor. Você é muito corajosa".
Na perspectiva da PF, o diálogo entre pai e filha é mais um elemento a reforçar a linha segundo a qual o ex-secretário de Duque de Caxias era o encarregado de operar o esquema de falsificação dos dados das pessoas investigadas.
A Polícia Federal indiciou nesta segunda-feira, 18, João Carlos Brecha, Mauro Cid, Jair Bolsonaro e outras 14 no caso. O indiciamento não configura culpa, mas que a apuração reuniu elementos capazes de apontar responsáveis pelas práticas ilícitas. A defesa de Joao Carlos Brecha disse à reportagem do portal de notícias g1 que não vai se posicionar sobre o indiciamento por não ter tido acesso ao relatório.
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Após o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por fraudes nos cartões de vacina da covid-19, a bola está com o procurador-geral da República, Paulo Gustavo Gonet, que precisa decidir se há elementos suficientes para oferecer denúncia.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu um parecer em até 15 dias.A última manifestação de mérito da PGR na investigação é anterior à posse de Gonet. Quem assinou o documento foi a então vice-procuradora Lindôra Araújo, braço-direito do ex-procurador-geral Augusto Aras. Ela foi de encontro às conclusões parciais da Polícia Federal (PF) e afirmou que não havia provas que vinculassem Bolsonaro às fraudes.
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