Ex-prefeito de Caucaia é investigado por receber casas milionárias e joias

O POVO havia antecipado a denúncia do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) que foi acatada pela 2° Vara Criminal da Comarca de Caucaia/CE

O Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), por meio da 2° Vara Criminal da Comarca de Caucaia/CE, acatou denúncia do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) contra o ex-prefeito Washington Luiz de Oliveira Góis, que teria sido beneficiado por um esquema criminoso com três casas em valores milionários e joias.

A denúncia foi antecipada no início de março pelo O POVO. Segundo o MPCE, quatro pessoas - o ex-secretário de Infraestrutura Fernando Cardoso e os empresários portugueses Marcos Alexandre Veiga e José Marques Feitosa Neto -, são acusadas de supostos desvios de recursos públicos, fraude de licitação, peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro dentre os anos 2009 a 2016, durante a gestão em Caucaia de Washington.

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A investigação do MPCE aponta que o ex-gestor do município teria recebido três casas construídas pela empresa Placitude, pertencente a Marcos Correira, o "português", avaliadas nos valores de R$ 3 milhões cada. De acordo com o Tribunal de Contas do Estado (TCE), a empresa teria recebido R$ 34 milhões dos cofres públicos municipais entre 2010 e 2012, gestão de Washington.

O português também ocupou um cargo em comissão no gabinete do então prefeito. Os desvios de dinheiro público se dariam com a contratação das empresas para obras municipais com licitações em valores altos.

Na denúncia, é destacado que Washington Góis comprou duas joias com dinheiro dado pelos empresários: uma avaliada em R$ 20 mil, em que ele teria pago R$ 17 mil em espécie, e outra também adquirida em dinheiro vivo por R$ 11 mil. As compras foram feitas na loja Vivara do shopping Iguatemi Bosque e seriam presentes do então prefeito para a esposa. 

De acordo com o Ministério Público, Washington Góis recebeu "diversos depósitos em espécie em sua conta bancária". O MP ainda acrescentou: "Adquiriu as referidas joias com recursos públicos desviados pelo esquema criminoso". 

As joias teriam sido pagas por pessoas ligadas ao esquema criminoso de desvio de recursos públicos do município de Caucaia. De 2009 a 2016, a Placitude teria vencido 72 processos licitatórios, tendo recebido, no período, aproximadamente R$ 104 milhões dos cofres públicos da cidade. 

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