Cúpula do PSB não descarta candidatura, mas reforça composição com PT em Fortaleza
A pretensão seria "credenciar" nomes para tentar se apresentar como uma opção à aliança de partidos
17:23 | Mar. 09, 2024
Cid Gomes (PSB) voltou a defender que a indicação do grupo governista do Ceará à Prefeitura de Fortaleza não seja do PT. Na visão do senador, o ideal seria um “compartilhamento de poder”, com o PSB “à disposição”. Filiado há pouco mais de um mês, ele apontou que sua nova sigla tem trabalhado para “credenciar” filiados e apresentar opções.
“Não há nenhum questionamento ou dúvida de que todo aquele arco de aliança que esteve comigo lá atrás, que respaldou o governo do Camilo e que, boa parte, apoiou o Elmano, e outros que se juntaram, deva ter um candidato só”, afirmou Cid em evento neste sábado, 9, durante evento no qual lideranças sindicais e empresários foram filiados ao PSB.
O candidato seria da centro-esquerda fruto de um “entendimento” entre PT, PSB, PSD, MDB, Republicanos e PP. Apesar de ressaltar que a relação com o PT é histórica e irá seguir, ele voltou a defender a tese que outra sigla encabece a chapa dessa aliança, ponderando que “não é nada contra partido nenhum”.
“Não sou dono da verdade, nem sou radical. Mas eu acho que o exemplo que temos aqui no Ceará de compartilhamento de poder, de não-concentração, de não-hegemonização da política. Acho que é algo bom. Eu tenho defendido com lealdade que a gente possa ter um candidato que não necessariamente seja do mesmo partido que já tem a Presidência da República e que tem o Governo do Estado”, afirmou.
E ressaltou, ao colocar o PSB ainda no jogo: “Acho que o poder tem que ser compartilhado e vou defender essa tese com lealdade. Vou procurar credenciar o PSB para que ele tenha alternativas”.
Questionado sobre o nome da ex-governadora e atual secretária-executiva do Ministério da Educação, Izolda Cela, recém filiada ao PSB e citada como uma opção para a candidatura em Fortaleza, Cid preferiu dar um “puxão de orelha” nas lideranças e apontou que o grupo já “está discutindo Fortaleza”, segundo ele, na intenção de entender as questões da cidade.
“Eu penso que deve ter uma candidatura de oposição porque tem muito o que melhorar em Fortaleza. Muito mesmo. Portanto, é importante que a gente já vá fazendo o diagnóstico, torne essas coisas públicas, compare, veja como já foi no passado, o que avançou, o que fez para retroagir e proponha, assuma compromissos”, concluiu.
O senador, no entanto, ressaltou que não irá “interferir” na dinâmica interna do PT que definiu até 21 de abril a escolha do candidato, dentre os cinco postulantes.
“Existe uma legislação eleitoral que estabelece que você só pode oficializar candidatura depois do dia 20 de julho. Tem boa parte de março, abril, maio, junho inteiros e mais dois terços do mês de julho para discutir. O PT pode fazer sua dinâmica, mas, no final das contas, a formalização de alianças e realização de convenções só pode acontecer em 20 de julho. Tudo que acontece até lá é uma decisão interna, não é a oficial”, disse.
Presente nacional do PSB, Carlos Siqueira, esteve no evento deste sábado em Fortaleza e disse que irá convergir com o que as esferas municipal e estadual compactuarem. No entanto, ressaltou que “se puder ser do PSB, obviamente, é melhor”.
“É uma hipótese, mas é uma decisão daqui, do PSB de Fortaleza e do PSB de Ceará, não é uma decisão nacional. Nós sempre estamos defendendo candidaturas do PSB, agora, em muitas ocasiões temos que fazer alianças, mas, se puder ser do PSB, obviamente, é melhor”, disse.
Presidente estadual do PSB, Eudoro Santana seguiu na mesma linha: "O candidato pode ser de qualquer dos partidos desse grupo. Vai ser discutida a probabilidade dele ser do PSB, do PT, PSD. O importante é ter a unidade". E acrescentou: "O candidato pode ser qualquer um, até eu que sou do PSB, ou o Cid Gomes. Ou pode ser do PT".