Vereadores de Fortaleza repercutem demolição do Edifício São Pedro
Oposição define situação como "descaso" e "sinal vermelho" para outras possíveis demolições em Fortaleza. Base governista classifica decisão do prefeito José Sarto (PDT) como "acertada"A demolição do Edifício São Pedro, localizado na Praia de Iracema, foi tema de discussão na sessão desta terça-feira, 5, na Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor). De um lado, a base governista classificou a decisão do prefeito José Sarto (PDT) como "acertada". De outro, a oposição define a situação como "descaso" e "sinal vermelho" para outras possíveis demolições em Fortaleza.
Membro da bancada de oposição à gestão, o vereador Gabriel Biologia (Psol) lamentou a situação, confirmando não haver outra saída no momento. "Infelizmente não dá para a gente pedir para não demolir ou para ele virar outra coisa, porque ele não tem mais condição de ficar em pé. Corre o risco até de levar pessoas à morte. Então, agora é realmente botar a mão na consciência e levar a sério a questão do patrimônio daqui para frente".
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Ele considera que a ocasião serve para "ligar o alerta vermelho" para a cidade. "Ele está realmente prestes a cair e o que nós, infelizmente, podemos fazer agora é lamentar e torcer e lutar para que esse exemplo do Edifício São Pedro sirva, chacoalhe a cidade, porque nós temos na fila da demolição o Farol do Mucuripe, a Casa do Português e vários outros prédios históricos, até mais antigos do que esse, e que estão para cair", contou Gabriel.
Vice-presidente da CMFor, Paulo Martins (PDT) avalia que "já passou o tempo de preservar" o prédio e classificou a decisão do prefeito como "muito acertada".
"Acho que a única medida do momento é a demolição. Não houve tombamento por parte dos órgãos federais e estaduais. Então, só resta demolir e que aquele espaço seja ocupado de uma maneira, tenha outra finalidade para aquele espaço. Porque a atual não cabe mais, aquele tipo de moradia já não deve mais continuar", comentou.
Na tribuna do Plenário, a vereadora Adriana Gerônimo (Psol) definiu a demolição do edifício como uma "tragédia anunciada". Segundo ela, houve "descaso total dos entes públicos nas três esferas: municipal, estadual e federal". Além disso, apontou uma postura de “benevolência” da Prefeitura de Fortaleza com "os grandes proprietários e loteadores de terra que abandonam seus terrenos, que abandonam prédios públicos".
"A Prefeitura e os proprietários se omitiram, deixaram o prédio ruir aos poucos, até que fosse impossível recuperar, até que ele virasse um problema de segurança pública para, então, ter argumentos suficientes para demolir e abrir espaço, daqui a pouco, para um novo super prédio", afirmou Gerônimo.
E seguiu: "Não vamos nos enganar com esse discurso de que a demolição do São Pedro foi uma fatalidade, porque não foi. É um projeto de cidade que despreza o patrimônio histórico e cultural".
Carlos Mesquita (PDT), vice-líder do governo Sarto na CMFor, criticou o discurso dos opositores. "Muito triste a fala daqueles que oportunistamente usaram esse microfone para usar o Edifício São Pedro para fazer crítica à Prefeitura ou ao prefeito Sarto. Lamentável essa posição, porque a realidade que está acontecendo é omissão de muito tempo, do PT da Luizianne, que podia ter feito. Do Roberto, que também podia ter feito. E agora o Sarto está fazendo. Se os outros não fizeram, Sarto está fazendo. Admitir crítica de quem já esteve no governo e não fez?", questionou.
"Triste! Eu achava que todos aqui deveriam aplaudir a ação do prefeito e não essa fala assim meia desconectada", encerrou o discurso.