Bolsonaro diz que Marina e Lula agiram para acusá-lo de importunação da baleia

O processo foi aberto em novembro de 2023 e se refere a imagens nas quais o ex-presidente se aproxima do animal com seu jet-ski, ficando a menos de 15 metros dele

13:50 | Fev. 28, 2024

Por: Ludmyla Barros
Jair Bolsonaro (foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foram os responsáveis diretos pelo processo que ele responde sobre importunação intencional de uma baleia jubarte. Nesta terça-feira, 27, o ex-mandatário prestou um depoimento de quase duas horas, sobre o caso, à Polícia Federal.

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“Ela [Marina Silva], de posse das imagens, determinou que provocasse o Ministério Público. Se eu fosse presidente da República, jamais um ministro meu iria mover um processo como esse em cima de um ex-presidente. Ela deve ter tido o aval superior dela”, disse Bolsonaro, ontem, à Revista Oeste.

O processo foi aberto em novembro de 2023 e se refere a imagens nas quais o ex-presidente se aproxima do animal com seu jet-ski, ficando a menos de 15 metros dele. Caso ocorreu em São Sebastião, no litoral norte de São Paulo.

Segundo Bolsonaro, na ocasião, ele se dirigiu a um grupo de embarcações quando avistou a baleia a “15, 20 ou 30 metros” dele. A seguir, deixou seu jet-ski em ponto morto e se retirou. “Quando ela mergulhou uma segunda vez eu dei uma ré e fui cuidar da minha vida, do meu passeio. Não tenho nenhum prazer em ver baleia por aí”, contou o ex-presidente.

Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o máximo que embarcações com motor ligado podem ficar de qualquer baleia são 100 metros.

Dependendo do resultado da investigação, Bolsonaro poderá responder por “molestamento intencional”, com uma punição de dois a cinco anos de reclusão e multa.

Defesa afirma que ex-presidente não sabia da lei e que foram tomadas todas as precauções

O advogado de Bolsonaro, Daniel Tesser, afirmou que a pessoa dos vídeos realmente se trata de Jair Bolsonaro. No entanto, ele defende que o ex-presidente não sabia dessa proibição da proximidade, mas mesmo assim, tomou “todos os cuidados necessários para não criar nenhum tipo de interferência”.

“Você não consegue controlar um animal daquele tamanho que surge e emerge da água. O presidente tomou todas as precauções a partir do momento que avistou a baleia, que é o que a lei determina. Ele nem sabia que tinha essa preocupação, mas mesmo assim tomou todos os cuidados necessários”, completou Tesser, a jornalistas.