185 mil ou 600 mil pessoas? Estimativas sobre ato pró-Bolsonaro apresentam divergências
Monitor do Debate Público no Meio Digital estimou 185 mil pessoas no ato. Já a Polícia Militar de São Paulo estima 600 mil presentes
14:32 | Fev. 26, 2024
O ato em prol do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Avenida Paulista, em São Paulo, tem pelo menos duas estimativas de público divergentes. A Polícia Militar de São Paulo afirma que 600 mil pessoas estiveram presentes na manifestação. Consideradas as ruas próximas à Avenida Paulista, este número se torna 750 mil. O Monitor do Debate Público no Meio Digital, da Universidade de São Paulo (USP), afirma que, no pico da manifestação, às 15 horas, 185 mil pessoas ocupavam a principal via de São Paulo (confira aqui o relatório).
O grupo da USP diz que foram tiradas 43 fotos entre 15 horas e 17 horas. Onze fotos foram selecionadas de forma a cobrir a extensão da manifestação na Paulista, sem sobreposição de imagens. Cada foto foi repartida em oito pedaços. Em cada pedaço, se aplicou método chamado Point to Point Network, mecanismo de contagem que identifica cabeças e estima a quantidade de pessoas em uma imagem.
A precisão do método é de 72,9% e a acurácia (proximidade entre valor obtido via experimento e o valor verdadeiro na medição), de 69,5% na identificação de cada indivíduo. "Na contagem de público, o erro percentual absoluto médio é de 12% para mais ou para menos para imagens aéreas com mais de 500 pessoas", diz relatório do Monitor do Debate Público no Meio Digital. A estimativa de público para 17 horas, com a manifestação em vias de acabar, foi de 45,03 mil pessoas.
Em nota enviada ao O POVO, a Polícia Militar de São Paulo afirmou que o cálculo da área técnica realizado com software específico, imagens aéreas e também informações de equipes terrestres, estimou-se a presença de 600 mil pessoas.
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"Considerando também o público das adjacências, o número de presentes chegou a 750 mil pessoas. Apesar do público elevado registrado, não se verificou incidentes graves durante todo o ato", afirmou. A Polícia Militar de São Paulo afirma ainda que 2 mil policiais atuaram no ato, "considerando o policiamento ordinário, as forças especializadas e reforço especial para um evento dessa magnitude."
Em seu discurso no ato, Bolsonaro confirmou a existência de uma minuta de decreto de Estado de Defesa. Mas disse que é um dispositivo previsto na Constituição Federal, não uma artimanha golpista.
"E fora isso, por qual motivo ainda me acusam? O golpe é porque tem uma minuta de decreto de Estado de Defesa. Golpe? Usando um dispositivo da Constituição? Tenha a santa paciência. Deixo claro, estado de sítio começa com o presidente convocando os conselhos da República e da Defesa. Isso foi feito? Não"
“Teria muito a falar. Tem gente que sabe o que eu falaria, mas o que busco é a pacificação. Passar uma borracha no passado, buscar uma maneira de nós vivermos em paz, não continuarmos sobressaltados, é, por parte do parlamento brasileiro, buscar uma anistia para os pobres coitados que estão presos em Brasília. Não queremos mais que seus filhos sejam órfãos de pais vivos. A conciliação. Nós já anistiamos no passado quem fez barbaridade”.
Confira nota da Policia Militar de São Paulo
"A Polícia Militar atuou preservando a ordem pública neste domingo (25), durante manifestação ocorrida na Avenida Paulista, com o emprego de mais de 2 mil policiais, considerando o policiamento ordinário, as forças especializadas e reforço especial para um evento dessa magnitude. Conforme cálculo da área técnica, feito com software específico, imagens aéreas e também informações das equipes em terra, estimou-se a presença de 600 mil pessoas na Avenida Paulista no horário de pico. Considerando também o público das adjacências, o número de presentes chegou a 750 mil pessoas. Apesar do público elevado registrado, não se verificou incidentes graves durante todo o ato."