Opositores repercutem fala de Bolsonaro minimizando "minuta do golpe" e pedindo anistia
No discurso, Bolsonaro defendeu que haja anistia para envolvidos no 8 de janeiro, cobrando do Congresso Nacional um projeto para inocentar bolsonaristas envolvidos no ataque de 8 de janeiro de 2023Opositores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) repercutiram declarações do ex-presidente em ato neste domingo, 25, na avenida Paulista, em São Paulo (SP). Em especial, trecho em que Bolsonaro cita perseguição, nega tentativa de golpe de estado e explica questões relacionadas a uma minuta golpista encontrada durante operação da Polícia Federal (PF).
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No ato, Bolsonaro negou a ocorrência de planos para dar um golpe de Estado na esteira da derrota no processo eleitoral de 2022. Sobre a minuta, ele justificou alegando que o documento obtido pelas investigações não representaria prática anticonstitucional.
“Agora, o golpe é porque tem uma minuta de um decreto de estado de defesa. Golpe usando a Constituição? Tenha a santa paciência”, disse o ex-presidente em trecho do discurso a apoiadores.
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Nas redes sociais, atores políticos de diversos espectros começaram a se manifestar sobre o caso. O deputado federal André Janones (Avante-MG) disse que Bolsonaro foi "burro" por admitir publicamente a existência dos planos.
“Bolsonaro assumiu que tinha conhecimento da minuta do golpe e tentou justificá-la. (Uma das coisas mais burras que eu já vi alguém fazer na vida) e pediu anistia, parece um discurso de despedida de quem sabe que está prestes a ser preso”, pontuou o parlamentar.
Ex-presidente do partido Novo, João Amoedo reforçou o pedido de prisão de Bolsonaro após as falas no ato.
“Após Bolsonaro confessar que havia uma minuta do golpe e pedir anistia aos ‘manifestantes’ de 8/1 — assumindo então que eles são culpados — fica ainda mais óbvio que o ex-presidente deveria ser preso”, escreveu Amoedo em uma rede social.
Já o pastor Henrique Vieira (Psol) manifestou-se contra anistia para apoiadores do ex-presidente. “O golpista Bolsonaro admitiu hoje na Paulista, para todo mundo ouvir e vê que tinha conhecimento da minuta do golpe. Que seja logo responsabilizado e que não haja anistia para nenhum golpista!”, pontuou.
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No discurso, Bolsonaro também defendeu que haja anistia para pessoas envolvidas no 8 de janeiro, cobrando do Congresso Nacional um projeto para libertar essas pessoas, as quais chamou de “pobres coitados” e defendeu redução de penas.
“Pedimos aos 513 deputados, 81 senadores, um projeto de anistia para que seja feita a justiça. E quem, porventura, depredou patrimônio, que nós não concordamos com isso, que pague. Mas essas penas fogem ao mínimo da razoabilidade. Não podemos entender o que levou poucas pessoas a apelarem tão drasticamente. Esses pobres coitados que estavam lá no dia 8 de janeiro de 2023”, disse o ex-mandatário sobre os apoiadores dele.