Ato na Paulista: Bolsonaro veta cartazes e manifestações em outros estados

Em todas as duas chamadas o ato é descrito por Bolsonaro como algo "pacífico, em defesa do Estado Democrático de Direito"

14:28 | Fev. 23, 2024

Por: Ludmyla Barros
O processo deve ser encaminhado ao Ministério Público (foto: Samuel Setubal)

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deu recomendações precisas para o ato deste domingo, 25, às 15h, na Avenida Paulista - São Paulo. Por meio de vídeos, ele frisou que os apoiadores não devem levar cartazes ou faixas “contra quem quer que seja”. Também houve um apelo para que não fossem realizadas manifestações semelhantes em outros locais, que não São Paulo.

Mais informações ao vivo:

Em todas as duas chamadas, disseminadas nas redes sociais do ex-presidente, o ato é descrito por Bolsonaro, em um tom de voz calmo, como algo “pacífico, em defesa do Estado Democrático de Direito” e que servirá como uma grande fotografia dos apoiadores bolsonaristas para o mundo.

O ex-presidente alega que usará a manifestação para se “defender de todas as acusações que têm sido imputadas nos últimos meses”. No vídeo, portanto, a recomendação de que não sejam levados cartazes ou faixas ganha mais ênfase do que a de vestir verde e amarelo, típico dos apoiadores do ex-presidente. “Compareçam trajando verde amarelo e, mais do que isso, não compareçam com faixa ou cartazes contra quem quer que seja”, diz Bolsonaro.

Nas demais manifestações, eram comuns cartazes com pedidos de intervenção militar, prisões, além de críticas e zombarias aos opositores políticos de Bolsonaro. Estes últimos incluem ministros do Supremo Tribunal Federal, como Alexandre de Moraes, que autorizou a operação da Polícia Federal contra o ex-presidente, investigado por tentativa de golpe de Estado e violação ao Estado Democrático de Direito.

Ou seja, tanto o tom de voz mais ameno dos vídeos quanto a “proibição” dos cartazes, neste contexto de Bolsonaro, podem evitar maiores problemas, novas acusações da Corte, possíveis processos e até mesmo pedidos de apreensão.

Manifestações em outros locais podem dispersar os apoiadores de Bolsonaro

Outro pedido feito pelo ex-presidente foi de que não sejam realizadas manifestações em outras cidades ou estados, que não a Avenida Paulista.

“Quero me dirigir às pessoas que não podem comparecer porque moram muito longe, não tem meios, o que é plenamente justificável. Não façam movimentos em outros municípios, nem de manhã, nem de tarde, por favor! O movimento é para a paulista, exclusivo. Não marque nem compareça em nenhum movimento fora da capital de São Paulo, da Paulista”, solicita Bolsonaro.

O ex-presidente frisa que o evento será “uma grande fotografia” dos apoiadores na Paulista, com o objetivo de incentivar essa grande concentração de pessoas em um único local. Assim, a realização de eventos similares em outros pontos poderia provocar uma maior dispersão.

Forças políticas de outros estados já confirmaram presença no domingo, como os governadores Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, e Jorginho Mello (PL), de Santa Catarina. O próprio governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, estará lá.

Segundo apoiadores e organizadores, como o pastor Silas Malafaia, o esperado são, no mínimo, 300 mil pessoas no evento. Já Fabio Wajngarten, advogado e ex-secretário de Comunicação do ex-presidente, diz esperar 700 mil pessoas.