Bolsonaro chega à sede da Polícia Federal em Brasília, mas fica em silêncio durante depoimento
Segundo o advogado do ex-presidente, ele ficou em silêncio porque a defesa não teve "acesso a todos os elementos por quais estão sendo imputados ao presidente a prática de certos delitos"O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou à sede da Polícia Federal (PF), em Brasília, para prestar esclarecimentos na investigação que apura uma eventual tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. De acordo com a defesa, o ex-chefe do Executivo ficou em silência durante o depoimento. Ele deixou o prédio antes das 15 horas.
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A expectativa era de que o depoimento de Bolsonaro fosse breve, pois sua defesa alega não ter obtido acesso à integra dos autos do inquérito e já adiantou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o ex-presidente permaneceria em silêncio durante a oitiva. A defesa de Bolsonaro tentou adiar o depoimento três vezes, mas o ministro Alexandre de Moraes negou.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou à sede da Polícia Federal (PF), em Brasília, para prestar esclarecimentos nesta quinta-feira, 22, sobre a investigação que apura eventual tentativa de golpe de Estado.
— Jogo Político (@jogopolitico) February 22, 2024
Vídeo: João Paulo Biage/Correspondente do O POVO em Brasília pic.twitter.com/8nNM4jzwWk
Depoimentos de Bolsonaro à PF
É a oitava vez que Bolsonaro presta depoimento na PF desde que deixou a Presidência da República. Também não é a primeira oportunidade em que o ex-mandatário recorre à prerrogativa de permanecer em silêncio.
Em abril do ano passado, Bolsonaro foi intimado pela PF para explicar a sua participação no caso da venda ilegal de joias da Presidência da República. O esquema havia sido revelado pelo Estadão no mês anterior um mês antes. Naquele mesmo mês, voltou a dar depoimento, desta vez explicando sua conduta em relação ao ataque aos Três Poderes, em 8 de Janeiro.
Bolsonaro voltou à PF um mês depois, em maio, para a depor sobre o as fraudes nos cartões de vacinação de covid-19 dele e da sua filha, Laura. Dois meses depois, em julho, foi novamente convocado pela corporação. Dessa vez, teve que fornecer explicações sobre uma denúncia do senador Marcos do Val (Podemos-ES). Do Val afirmou que o então presidente teria realizado uma reunião de teor golpista com Daniel Silveira.
Ainda em 2023, em duas ocasiões, ele esteve na sede da corporação para prestar esclarecimentos sobre um grupo de empresários que defendia um golpe de Estado em mensagens de WhatsApp. A esse respeito, na segunda vez em que foi intimado a depor, permaneceu em silêncio e entregou suas considerações por escrito.
Investigados por golpe de Estado depõem nesta semana
25 investigados na Tempus Veritatis serão ouvidos nesta semana: além do ex-presidente, mais 23 depoimentos estão previstos para esta quinta-feira, 22, e devem ocorrer ao mesmo tempo, de forma a evitar a comunicação entre os interrogados. Há ainda um depoimento marcado para amanhã.
A maior parte vai ocorrer em Brasília, no mesmo prédio em que Bolsonaro será interrogado. A Polícia Federal reservou 16 salas para as oitivas em Brasília. Também há audiências marcadas por todo o País. Na lista de interrogados desta semana, há ex-ministros e aliados próximos a Bolsonaro no período em que ele esteve na Presidência.