Vinda de Bolsonaro ao Ceará está mantida apesar de investigações da PF

Na semana passada, Bolsonaro teve o passaporte apreendido e ex-assessores foram presos

19:25 | Fev. 13, 2024

Por: Júlia Duarte
BOLSONARO esteve no Ceará pela última vez em setembro de 2023 (foto: Samuel Setubal)

A agenda do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Ceará está mantida apesar das investigações da Polícia Federal (PF) contra ele e nomes do seu entorno. Inicialmente, a vinda deveria acontecer em março, mas agora há a possibilidade de uma mudança para abril, já que o dia ainda não está fechado com a cúpula do PL do Ceará.

No estado, ele irá participar de evento de convenção partidária com a intenção de trabalhar a pré-candidatura de André Fernandes em Fortaleza, Coronel Aginaldo, em Caucaia, e Arimateia Júnior, no Eusébio. "Com certeza está mantida, agora mais do que nunca. Só não temos a data ainda", ressaltou o presidente da sigla no Estado, Carmelo Neto. 

Bolsonaro foi um dos alvos da operação Tempus Veritatis na última semana e precisou entregar seu passaporte às autoridades. A PF apura a participação do ex-presidente em uma articulação para dar um golpe de Estado, impedindo as eleições de 2022 ou a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

Além de Bolsonaro, a operação investigou nomes como os de Augusto Heleno (GSI) e do general Braga Netto (Casa Civil e Defesa). O ex-assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, Filipe Martins, o ex-ajudante de ordens coronel Marcelo Câmara, e o coronel Bernardo Romão foram presos.

Parlamentares do PL se pronunciaram e defenderam Bolsonaro sob acusações de "perseguição" e "injustiça". Além de comentários que já fez à imprensa ou por meio de seu advogado, o ex-presidente convocou um ato para o dia 25 de janeiro na Avenida Paulista, no coração de São Paulo.  Ele diz que deve usar a ocasião para se defender, em meio às investigações.

No vídeo, Bolsonaro argumenta que o ato será "pacífico" e pede que seus apoiadores evitem levar faixas "contra quem quer que seja". Em outros atos, era comum a presença de faixas pedindo intervenção federal e atacando ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). "Mais do que discursos, uma fotografia de todos vocês, pois vocês são as pessoas mais importantes desse evento. Para mostrar para o Brasil e para o mundo a nossa união, as nossas preocupações, o que nós queremos", completou.

Há uma articulação para nomes do PL do Ceará compareçam no ato. Uma possível comitiva de cearenses é cogitada por Carmelo.