PF tem vídeo da reunião de Bolsonaro e ministros discutindo "dinâmica golpista"

Transcrição do vídeo foi divulgada na decisão do ministro Alexandre de Moraes que embasou operação da PF, nesta quinta-feira, 8, que apura participação de autoridades em tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado democrático

A Polícia Federal (PF) tem posse de um vídeo no qual o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participa de reunião com ministros de Estado e discute uma dinâmica golpista, na esteira das eleições gerais de 2022. O vídeo foi identificado em computador apreendido na residência do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cesar Cid.

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A transcrição do vídeo foi divulgada na decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que embasou operação da PF, nesta quinta-feira, 8, que apura participação de autoridades e lideranças políticas em tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado democrático. Também foram alvos o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros nomes do bolsonarismo.

A gravação em questão é do dia julho de 2022. Na decisão de Moraes constam trechos de fala de Bolsonaro. Em dado momento o então presidente diz. "Hoje me reuni com o pessoal do WhatsApp, e outras também mídias do Brasil. Conversei com eles. Tem acordo ou não tem com o TSE? Se tem acordo, que acordo é esse que tá passando por cima da Constituição? Eu vou entrar em campo usando o meu exército, meus 23 ministros".

Na sequência, o então presidente segue falando e empregando um tom pró-golpismo. "E eu tenho falado com os meus 23 ministros. Nós não podemos esperar chegar 23, olhar para trás e falar: o que que nós não fizemos para o Brasil chegar à situação de hoje em dia? Nós temos que nos expor. Cada um de nós. Não podemos esperar que outros façam por nós. Não podemos nos omitir. Nos calar. Nos esconder. Nos acomodar. Eu não posso fazer nada sem vocês. E vocês também patinam sem o Executivo”, disse.

E segue: “Os Poderes são independentes, mas nós dois somos irmãos. Temos um primo do outro lado da rua que tem que ser respeitado também. Mas todo mundo que quer ser respeitado tem que respeitar em primeiro lugar. E nós não abrimos mão disso".

A reunião ocorreu na esteira de ações e discursos de Bolsonaro que colocavam em xeque, sem apresentar provas, a lisura do processo eleitoral no Brasil. Entre os que estavam na reunião são citados o então chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno; o então ministro da Justiça, Anderson Torres, e o então ministro da Defesa, Paulo Sergio Nogueira.

Na decisão, o ministro Alexandre de Moraes aponta: "A descrição da reunião de 5 de julho de 2022, nitidamente, revela o arranjo de dinâmica golpista, no âmbito da alta cúpula do governo, manifestando-se todos os investigados que dela tomaram parte no sentido de validar e amplificar a massiva desinformação e as narrativas fraudulentas sobre as eleições e a Justiça eleitoral".

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