Heleno disse que teria de "virar a mesa" antes das eleições: "Não vai ter revisão do VAR"

A Operação Tempus Veritatis tem, como alvo, diversos militares que integraram o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro

Alvo de operação da Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira, 8, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), general Augusto Heleno, incitou para que órgãos de Estado vinculados ao Governo Federal atuarem para assegurar a vitória do então presidente Jair Bolsonaro (PL). Conforme a PF, o militar afirmou, em conversa com integrante da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que era preciso “virar a mesa é antes das eleições”.

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Como relata decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o general, nome de confiança dentro do núcleo bolsonarista, diz, em uma reunião interna do Governo, que era preciso infiltrar agentes da Abin nas campanhas eleitorais, mas adverte do risco de se identificarem os agentes infiltrados. Bolsonaro interrompe o então ministro e diz que, posteriormente, "conversem em particular" sobre o que a Abin estaria fazendo.

"Não vai ter revisão do VAR. Então, o que tiver que ser feito tem que ser feito antes das eleições. Se tiver que dar soco na mesa é antes das eleições. Se tiver que virar a mesa é antes das eleições"”, diz General Heleno, como narra a decisão.

Em seguida, o então ministro do GSI afirma de forma categórica que deveriam agir contra determinadas instituições e pessoas. Ele diz: "Eu acho que as coisas têm que ser feitas antes das eleições. E vai chegar a um ponto que nós não vamos poder mais falar. Nós vamos ter que agir. Agir contra determinadas instituições e contra determinadas pessoas. Isso pra mim é muito claro”.

 

Moraes avalia que a descrição da reunião de 5 de julho de 2022, nitidamente, revela o “arranjo de dinâmica golpista, no âmbito da alta cúpula do governo”. Para o ministro, todos os investigados que participaram no encontro atuaram para “validar e amplificar a massiva desinformação e as narrativas fraudulentas sobre as eleições e a Justiça eleitoral”.

A PF tem posse de um vídeo no qual o ex-presidente participa a referida reunião com ministros de Estado e discute uma dinâmica golpista. O vídeo foi identificado em computador apreendido na residência do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cesar Cid.

A Operação Tempus Veritatis (Hora da Verdade) tem, como alvo, diversos militares que integraram o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Deflagrada nesta quinta-feira pela PF a operação investiga a existência de suposta organização criminosa que teria atuado numa tentativa de golpe de Estado.

Entre os investigados estão o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno Ribeiro Pereira, o ex-ministro da Casa Civil, general Walter Souza Braga Netto e o ex-ministro da Defesa general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.

 

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