Governistas querem anuência para deixar PDT em troca da liderança

Ao todo, nove deputados estaduais desejam deixar o PDT. Outros quatro, denominados "independentes", tentam acordo pela liderança de bancada na Alece

Mesmo após reunião com o presidente do PDT Ceará, o ex-senador Flávio Torres, a liderança de bancada do partido na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) segue indefinida. Segundo os deputados, o encontro realizado na tarde dessa quarta-feira, 7, “foi apenas o primeiro”. A previsão é de que a definição não saia até a data estipulada pelo presidente da Casa, Evandro Leitão (PT), marcada para a sexta-feira, 16.

Do lado classificado como “independente”, o deputado Cláudio Pinho explica que “a reunião não caminhou para acordo”. “O presidente esclareceu que há dois PDTs, um governista e um independente. Eles pediram ao presidente Flávio Torres para fazer uma intermediação para fazer a liberação das cartas de anuência para que eles pudessem deixar o partido e ficaria tudo resolvido”.

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E seguiu: “Outras conversas irão acontecer. O partido diz que vai examinar estatutariamente o que é possível fazer e vamos aguardar os acontecimentos que a Executiva irá tomar”, afirmou o pedetista, que é alinhado ao prefeito José Sarto e aos dirigentes municipal, Roberto Cláudio, e nacional, deputado federal André Figueiredo.

Apesar do impasse, Pinho esclarece que “o ambiente entre os colegas é muito bom. Não existe atrito”. Ele também informou que a situação não será resolvida até a data estabelecida e que o atual líder, Guilherme Landim, deve permanecer no comando por ora.

 

O clima apresentado por Pinho é interpretado da mesma forma pela deputada Lia Gomes. Ela é do grupo definido como “governista”, formado por dissidentes liderados pelo senador Cid Gomes, recém-filiado ao PSB.

“A gente defende uma solução amigável. Inclusive, a gente convive muito bem aqui. Acho que eles estão requerendo uma coisa que é legítima, já que também estamos tentando essa saída. Mas, assim, nós ainda somos maioria dentro do PDT. Pelo regimento da Assembleia, quem indica o líder do partido é a própria bancada, mas a gente vem tentando negociar uma solução. ‘Vamos fazer uma coisa boa para todo mundo. Deixem a gente sair, deem autorização para a gente sair para que cada um siga o seu caminho’.”, argumentou Lia.

O líder do governo Elmano de Freitas (PT) na Alece, Romeu Aldigueri, também participou da reunião. Membro que deseja sair da legenda, ele acredita que “já passou o tempo de guerra”. “Se é uma cisão, se a própria direção nacional não nos quer, por que não nos libera?”, questiona.

“O presidente Flávio Torres disse que não tinha autonomia para deliberar o que a maioria dos deputados estavam ponderando. Então, solicitamos que ele falasse com a direção nacional. Estamos esperando a resposta da direção nacional para saber se vai haver uma segunda reunião. Acho que já passou o tempo de guerra, de litigância, é preciso ter paz”, disse Aldigueri.

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