Alexandre de Moraes tinha passos vigiados de perto por gente próxima a Bolsonaro
O objetivo dos golpistas era, segundo a investigação, capturar e deter o ministro do STF, logo nas primeiras horas do início do plano de golpe de Estado
17:43 | Fev. 08, 2024
Investigações da Polícia Federal (PF) apontam que aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) monitoravam a agenda e os deslocamentos do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes. As informações fazem parte da decisão que embasou a Operação Tempus Veritatis, deflagrada nesta quinta-feira, 8, para investigar organização criminosa responsável por tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito.
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O documento cita a existência de um núcleo de inteligência formado por assessores próximos a Jair Bolsonaro, na época presidente, que vigiava "a agenda, o deslocamento aéreo e a localização de diversas autoridades". Na lista dos monitorados está Alexandre de Moraes.
O objetivo dos golpistas era, segundo a investigação, capturar e deter o ministro do STF, logo nas primeiras horas do início do plano de golpe de Estado. Por isso, o monitoramento dele era importante. De acordo com o relatório, a vigilância ocorreu, pelo menos, entre os dias 14 e 31 de dezembro de 2022.
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Em diálogo entre Marcelo Câmara, ex-assessor especial do então presidente, e Mauro Cid, então ajudante de ordens da Presidência, a PF aponta que o codinome "professora" foi utilizado para fazer referência ao ministro. Nas conversas, a dupla, que fazia parte desse núcleo de inteligência, citava compromissos, em que cidade a pessoa estava e até dados de geolocalização, indicando se a pessoa estava em sua residência ou não.
"Viajou para São Paulo hoje (15/12), retorna na manhã de segunda-feira e viaja novamente pra SP no mesmo dia. Por enquanto só retorna a Brasília pra posse do ladrão. Qualquer mudança que saiba lhe informo", diz Câmara, em trecho do diálogo.
Além dos dois, o general Augusto Heleno também participavam do "Núcleo de Inteligência Paralela", como chamou a PF.