Criador do 'Leite de Rosas' é cearense e já foi prefeito de cidade no Amazonas; conheça a história
Francisco Olympio de Oliveira nasceu em Quixadá e viu sua vida mudar ao inventar o cosmético presente há décadas no cotidiano dos brasileirosO famoso recipiente cor-de-rosa, com líquido utilizado para limpeza da pele, está presente na casa de milhões de brasileiros há décadas. Sempre ali dentro do armário do banheiro, na cabeceira da cama, se misturando a outros itens do nosso dia a dia. É o icônico "Leite de Rosas". Mas você já parou pra pensar quem foi o criador do cosmético que virou um dos símbolos mais fortes da nossa identidade comercial?
Trata-se do cearense Francisco Olympio de Oliveira. Nascido em 1878 na cidade de Quixadá e órfão de pai e mãe, ele se mudou ainda adolescente para o Rio de Janeiro, fugindo da seca que assolava a região.
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Começou a trabalhar ajudando a abrir estradas e depois desenvolvendo negócios que o levariam até o estado do Amazonas, aproveitando o auge do ciclo da borracha na capital Manaus. Chegou a comprar fazendas de seringais, mas logo o negócio declinou, mudando-se, em 1912, para a cidade de Itacoatiara (AM), onde envereda pelo ramo da pecuária. Chega a ser eleito prefeito da cidade e, em 1920, se casa com Maria de Lourdes.
Brigas políticas com adversários e traumas provocados pelas seguidas perdas de filhos recém-nascidos fazem o casal se mudar para a Bahia, dedicando-se à venda de gado zebu. O negócio não vingou, a esposa entrou em profunda depressão, e eles então resolvem vender tudo e embarcar rumo ao Rio de Janeiro, então capital da República.
Sem recursos, Francisco e Maria foram viver em uma pensão de dois quartos na rua Ipiranga, número 51, no bairro das Laranjeiras. Foi lá onde criou a fórmula cosmética cuja ideia vinha sendo amadurecida desde os tempos de Manaus. Uma mistura de óxido de zinco, cloreto de benzalcônio, sorbitol, digluconato de clorexidina, álcool, água e essência, desempenhando limpeza eficaz da pele.
As primeiras unidades foram feitas com a ajuda de um amigo farmacêutico e da esposa, dentro de um dos quartos da pensão. As caixas de madeira eram fechadas a marteladas sempre no momento em que o bonde passava, para não incomodar a vizinhança.
Segundo o site oficial do "Leite de Rosas", a empresa foi registrada no dia 29 de julho de 1929, sob o nome de F. O. de Oliveira Ltda. Após cinco anos, os produtos já alcançavam todo o Brasil. Primeiro em frascos de vidro, o que encarecia o cosmético, depois nas inconfundíveis embalagens plásticas rosas que fazem sucesso até hoje.