Sarto é alvo de protesto de professores na Câmara e promete proposta até amanhã
Professores entraram em paralisação na segunda-feira, 29, pedindo um reajuste salarial de 10,09%. Nova reunião será na sexta, 2Professores da rede municipal de Fortaleza protestaram contra o prefeito José Sarto (PDT), nesta quinta-feira, 1º, na tribuna da Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor). No momento em que o gestor subiu à tribuna, foram entoados gritos pedindo “respeito à saúde e à educação”. Em resposta, o prefeito anunciou uma nova reunião com os profissionais da educação, nesta sexta-feira, 2, quando será feita proposta salarial.
Sessão quente na Câmara Municipal. Protesto durante fala de Sarto de representantes da educação e da saúde. Confusão envolve enfermeira Ana Paula. Sessão chegou a ser suspensa pic.twitter.com/SIvFzJnGVa
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“Antes de saudar a mesa, quero tranquilizar os professores e professoras de Fortaleza. Teremos uma reunião amanhã. Tivemos uma reunião na segunda-feira, já pré agendamos outra para sexta-feira. Vamos avançar”, disse na tribuna.
Os professores entraram em paralisação na segunda-feira, 29, pedindo um reajuste salarial de 10,09%. Mais cedo, na Câmara, Sarto alegou que esteve reunido com pastas da Prefeitura para discutir as reivindicações.
“Desde segunda-feira estive reunido com diversos secretários. Não queremos exceder nem cometer equívocos. Creio que vamos chegar a um acordo, conversando com o Sindiute, conversando com a categoria”, afirmou.
"Garantimos o piso, que é indiscutível, é a lei. E nós vamos avançar. Acho que vamos fazer uma proposta bem razoável, até onde pudermos, com responsabilidade. Amanhã vamos receber o sindicato. Mas temos de ter cautela e correr contra o tempo. O ano eleitoral pede cautela", completou.
Os protestos seguiram com gritos de “professores na rua, Sarto a culpa é sua”, além de vaias, toda vez que o nome do prefeito era citado. Quando o grupo se aproximou da tribuna, o prefeito se afastou e cruzou os braços. No plenário, apoiadores dele pediam respeito ao chefe do Executivo municipal e um coro começou a gritar o nome de Sarto. Após isso, o gestor voltou ao microfone e pediu uma “aula de educação” aos manifestantes. “Eu entendo o clima, mas nos deem uma aula de educação, professores”, disse.
O retorno do Legislativo foi marcado por agressão da vereadora Enfermeira Ana Paula (PDT) à vereadora Cláudia Gomes (PSDB) e ao suplente Juninho (União Brasil). A sessão chegou a ser suspensa, mas foi retomada. As galerias, onde estavam os professores, foram esvaziadas. O prefeito voltou à tribuna, chamando a interrupção de "lamentável episódio".
"Queria registrar a gentileza que professores tiveram nesse lamentável episódio. Quando a gente fez um apelo para que magistrados se posicionassem nas galerias, apoiando ou não, se comportaram democraticamente. O episódio não tem nada a ver com a educação de Fortaleza. O povo de Fortaleza não merece isso", disse.
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Entenda a reivindicação dos professores de Fortaleza
Os profissionais da educação da rede municipal de Fortaleza estavam na Câmara Municipal em função de uma paralisação que reivindica um reajuste de 10,09% nos salários da categoria. Ato na Casa Legislativa é o segundo da greve, que também contou com uma passeata da Praça do Ferreira em direção ao Gabinete do Prefeito Sarto, nesta quarta-feira, 31.
No dia seguinte, sexta-feira, 2, conforme relatado pelo gestor executivo, será realizada uma audiência com a classe. O encontro foi marcado na última segunda-feira, 29, durante uma conversa entre o prefeito e representantes que haviam decidido, naquele dia, iniciarem a greve.
Além do reajuste, é pedido um aumento do teto de isenção de impostos para aposentados, assim como o pagamento do precatório do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef), pendente desde 2015.
Organização parte do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Fortaleza (Sindiute). O sindicato alegou que a Prefeitura de Fortaleza "teve todo o mês de janeiro para elaborar uma resposta à pauta de reivindicações da categoria, que foi apresentada no final do ano passado".
Em nota, a presidente do Sindiute, Ana Cristina Guilherme, alegou pressa devido ao início das movimentações políticas em razão da campanha eleitoral de 2024.
“2024 é ano eleitoral e temos pouquíssimo tempo para a definição de qualquer pauta financeira. Se não lutarmos hoje, levaremos calote amanhã. Se não lutarmos hoje, teremos nossos direitos retirados. Os professores dos filhos da classe trabalhadora precisam ser respeitados”, destaca a presidenta
Em decorrência da greve,as atividades escolares muncipais estão interrompidas até o final desta semana.