Vereadora e suplente agredidos por parlamentar farão Boletim de Ocorrência

Cláudia Gomes (PSDB) e Juninho (União Brasil) informaram que fariam procedimentos cabíveis contra a vereadora Enfermeira Ana Paula (PDT)

14:01 | Fev. 01, 2024

Por: Vítor Magalhães
Momento da agressão da vereadora Ana Paula (PDT) ao suplente de vereador, Juninho (UB) (foto: Reprodução / Video / Thays Maria Salles - O POVO)

A vereadora Cláudia Gomes (PSDB) e o suplente de vereador Juninho (União Brasil) afirmaram que farão Boletins de Ocorrência (B.Os) contra a vereadora Enfermeira Ana Paula (PDT), por agressão. Confusões foram registradas na retomada dos trabalhos na Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor), nesta quinta-feira, 1° de fevereiro, em meio a protestos de servidores da educação e de outras áreas que cobram valorização por parte do prefeito José Sarto (PDT).

Vereadora Enfermeira Ana Paula (PDT) bateu no suplente de vereador Juninho (União Brasil). Ela argumenta que, na confusão, caiu e ele a filmou, captando a roupa íntima. Muita tensão no retorno da Câmara pic.twitter.com/QedcYUbWRH

— Jogo Político (@jogopolitico) February 1, 2024

“Estou saindo aqui agora com minha advogada, estamos indo na delegacia fazer exame de corpo de delito. Porque acho que na casa do povo não se deve aceitar nenhum tipo de agressão (...) Está tudo filmado, as câmeras registraram tudo”, disse Juninho, em coletiva, após ser agredido com tapa e murros.

Já Cláudia, que foi empurrada no rosto pela colega de Casa, reforçou que também faria um boletim de ocorrência. “A pessoa ser violentada, na frente de todo mundo, por uma colega, é inadmissível. Vou fazer um Boletim de Ocorrência, porque realmente fui agredida. O empurrão que me foi dado foi no rosto, muita gente viu e presenciou. Preciso fazer um B.O pelo fato, uma agressão a mulher por outra mulher”.

Sobre se tomará medidas no âmbito da Casa, como articulação de pedido de abertura de processo no Conselho de Ética, Claudia preferiu a cautela antes de definir eventual atitude.

“Vou conversar com o presidente (Gardel) e com a Mesa Diretora para definir o que vamos fazer, não gosto de tomar decisões sozinha. A decisão individual é fazer um B.O, porque foi uma coisa pública e quando se faz algo público é porque quer que todo mundo saiba", disse a vereadora tucana, acrescentando que não foi procurada pela colega após o ocorrido e que não tinha desavenças com Ana Paula antes desta quinta-feira.

Em coletiva, Ana Paula comentou sobre as confusões, disse que “não agrediu ninguém” e contou sua versão. No caso envolvendo o suplente Juninho, alegou que ele estaria filmando sua calcinha no momento em que ela havia tropeçado e caído no chão.

Já sobre o episódio envolvendo Cláudia, Ana Paula disse que estava se manifestando, quando a vereadora Cláudia veio para tomar as dores do vereador (presidente da Câmara) Gardel Rolim. “Ela me empurrou e eu revidei; era isso que queria deixar registrado. Nesse momento que ela saiu para intervir, eu só revidei para que dissesse que não pegasse em mim ou na minha irmã”, pontuou.

Em nota, o vice-prefeito de Fortaleza e presidente estadual do PSDB, Élcio Batista, do mesmo partido da vereadora agredida Claudia Gomes, se solidarizou com a correligionária e com o prefeito José Sarto.

"Os atos autoritários e antidemocráticos que marcaram a abertura dos trabalhos da Câmara desrespeitam toda uma geração que lutou para construir a democracia. Além de impedir a fala do prefeito Sarto, presenciamos a agressão sofrida pela vereadora Claudia Gomes. Deixamos aqui nosso repúdio a qualquer ato violento e nos solidarizamos com essa mulher a qual respeitamos e admiramos pelo seu trabalho", escreve.