Lula defende "trabalhar a aliança do PSB com muito carinho"; veja situação no Ceará

Com o PDT na jogada, o cenário para aliança do PSB-PT tem um entrave nas capitais cearense e pernambucana

De olho nas eleições de 2024, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aponta necessidade de “trabalhar a aliança do PSB com muito carinho a nível nacional”. A avaliação foi dada em entrevista à rádio CBN Recife nesta terça-feira, 30.

Ao ser questionado sobre formação de chapa do PT, com candidato a vice-prefeito, e o atual prefeito de Recife, João Campos (PSB), Lula afirmou haver possibilidade de aliança. “Eu acho que nós temos que trabalhar nossa aliança com o PSB com muito carinho a nível nacional. Eu acho que Pernambuco é um estado em que a gente tem condições de fazer aliança política. Eu acho que o João Campos tem clareza de que é importante uma aliança com o PT. Então, o que eu espero é que ele faça uma composição de chapa”.

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E seguiu: “Eu acho que ele tem que se acertar em Pernambuco, porque eu não tenho nome para indicar. Agora, é importante que a gente ouça o prefeito, porque tem duas visões importantes: uma é saber se o João Campos vai ser candidato a governador em 2026”. Daí, quem for candidato a vice, será prefeito de verdade. Se ele não for candidato a governador e for terminar o mandato dele até 2028, o vice pode ser um. Se ele for candidato na perspectiva disputar as eleições, o candidato pode ser outro”, analisou o presidente.

No Ceará, o PSB recebe no próximo domingo, 4, o senador Cid Gomes e um número ainda incerto, mas numeroso, de prefeitos que estão de saída do PDT. O grupo alinhado ao ex-governador é aliado do PT no Estado, na figura do governador Elmano de Freitas e do ministro da Educação, Camilo Santana.

Pelo menos 43 gestores de Executivo municipal migrarão para outras legendas. Nem todos, no entanto, devem ir para a sigla socialista tendo em vista contextos locais, como o caso da atual prefeita de Limoeiro do Norte, Dilmara Amaral (Republicanos), que é rompida politicamente com o prefeito afastado, do PSB, José Maria Lucena.

Com a declaração de Lula e migração de prefeitos ao PSB, o PT fortalece suas bases para alcançar o maior número possível de prefeituras no Ceará. Até o último dezembro, 32 municípios eram liderados pelo PT, de acordo com o presidente estadual da sigla, Antonio Alves Filho, o Conin. Na época, ele apontou duas estratégias do partido na disputa de 2024.

"O primeiro esforço é não perder municípios que a gente já governa. Para isso, a gente está tentando fazer todo o esforço de acompanhamento das gestões. A segunda diretriz é que a gente quer recuperar as gestões. Municípios que nós já governamos, que a população já conhece o PT, já experimentou o modo petista de governar, está sendo governado por outro projeto e pode comparar", acrescentou Conin.

Capitais

Com o PDT na jogada, o cenário para aliança do PSB-PT tem um entrave nas capitais cearense e pernambucana. No último dezembro, o presidente interino da sigla pedetista, deputado federal André Figueiredo, avaliou que a chegada ao PSB do senador Cid Gomes e de seu grupo pode comprometer a federação entre as siglas.

A possível aliança teria como foco a reeleição de João Campos em Recife, tida como prioridade para os socialistas. A vice na capital pernambucana é a pedetista Isabella de Roldão. Já Fortaleza está na mira do PDT, que aposta na reeleição de José Sarto, que em contexto estadual e municipal, já não tem sido apoiado pelo PSB, uma vez que o partido integra o arco de alianças petista e deseja apoiar uma outra candidatura com todas as movimentações apontando para ser encabeçada pelo PT.

"Se efetivamente concretizar a ida do senador Cid e seu grupo para o PSB é um direito deles, mas é um direito do PDT também dizer que não quer mais essa federação. Se não temos condições de convivência dentro do PDT com o grupo do senador Cid, eles estão saindo para outro partido, não teremos condições de conviver numa mesma federação. A federação PDT-PSB estará definitivamente comprometida caso isso se concretize", afirmou Figueiredo em entrevista à Rádio O POVO CBN.

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