'Abin paralela': veja o que a operação da PF já revelou

Principal objetivo destas investigações movida pela Polícia Federal (PF) será de esclarecer se existiu este grupo clandestino - 'Abin Paralela'; entenda

22:38 | Jan. 29, 2024

Por: Caynã Marques
Carlos Bolsonaro, vereador (foto: Caio César/CMRJ/Direitos Reservados)

Um suposto grupo criado por membros paralelos pertencentes à antiga gestão do ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), está sendo investigado por uso indevido para monitorações particulares.

O principal objetivo destas investigações movida pela Polícia Federal (PF) será de esclarecer se existiu este grupo clandestino - 'Abin Paralela' - e se a criação deste conjunto seria focada em interesses políticos.

O principal investigado sobre este suposto grupo é o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ).

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Além da atual investigação, que tem nomes de Ramagem e Carlos, a PF investiga ainda a família Bolsonaro por completo. Nomes como do próprio ex-presidente, seus outros dois filhos - Renan e Flávio - se viram envolvidos em escândalos com a agência de inteligência.

Abin Paralela: software secreto para monitoramento

A partir de informações coletadas da operação Vigilância Aproximada, uma continuação da Operação Última Milha investigava o uso de software espião First Mile por membros da Abin.

O First Mile é um programa israelense, oriundo da empresa Cognyte (ex-Verint), que serve para monitoramento e foi usado durante o governo Bolsonaro para monitorar até 10 mil proprietários de celulares, segundo a CNN.

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A ferramenta israelense solicita que seja digitado o número do contato e, a partir disso, é possível acompanhar em um mapa a localização do dono do aparelho, com as redes 2G, 3G e 4G.

"Abin Paralela": Jair Bolsonaro nega a existência

Jair Bolsonaro, acompanhado de seus filhos, no domingo, 28, fez uma live elogiando Ramagem e afirmando que "durante sua gestão não havia monitoramento". Na manhã seguinte seu filho, Carlos, começou a ser investigado pela PF.

"Agora a nova narrativa é a tal da 'Abin paralela' essa acusação em cima do Delegado Ramagem, um cara fantástico… Eu não tenho inteligência da Abin, da PF, da Marinha, da Aeronáutica, não chegava nada para mim. A minha inteligência eu ligava para um posto militar e atendia um cabo velho. As oficiais que estão por aí, respeitosamente, para mim não chegava nada. Não sei se alguém segurava pelo caminho ou desinformava", afirmou Bolsonaro.

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'Abin Paralela': quem seriam os alvos de monitoramento

Em sua decisão, o relator Alexandre de Moraes citou um trecho de relatório da PF com base em informações apresentadas pela Corregedoria-Geral da União (CGU), que aponta para a intensificação das atividades da suposta Abin paralela no período eleitoral de 2020.

Entre os nomes citados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes que supostamente haviam sido investigados pelo software da Abin estariam seu próprio nome, seu companheiro de função, Gilmar Mendes e o ex-Governador do Ceará e atual Ministro da Educação, Camilo Santana (PT). (Colaborou Carlos Holanda)

O POVO News: Carlos Bolsonaro é alvo de operação da PF por 'Abin paralela'