Moraes diz que Ramagem usou Abin para monitoramento ilegal a favor da família Bolsonaro

Dentre as figuras públicas monitoradas estão Joice Hasselmann, Camilo Santana e Rodrigo Maia

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) é suspeita de espionagem ilegal durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, retirou, nesta quinta-feira, 25, o sigilo da decisão que autorizou a operação da Polícia Federal (PF) que investiga a agência.

Na decisão, Moraes afirma que o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem utilizou o órgão para fazer espionagem ilegal a favor da família do ex-mandatário. Dentre as autoridades espionadas estavam:

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  • A ex-deputada Joice Hasselmann
  • O ministro da Educação, Camilo Santana
  • O ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia

"Os policiais federais destacados, sob a direção de Alexandre Ramagem, utilizaram das ferramentas e serviços da ABIN para serviços e contrainteligência ilícitos e para interferir em diversas investigações da Polícia Federal, como por exemplo, para tentar fazer prova a favor de Renan Bolsonaro, filho do então Presidente Jair Bolsonaro", escreveu o ministro do STF.

Conforme a PF, “no ano de 2021 foi instaurado inquérito policial federal para apurar suposto tráfico de influência perpetrado pelo sr. Renan Bolsonaro. Entre as circunstâncias, havia a premissa do recebimento pelo investigado de veículo elétrico para beneficiar empresários do ramo de exploração minerária".

De acordo com a PF, a diligência da Abin neste caso, foi realizada com o intuito de produzir provas de que o carro estava sob posse “de um dos principais investigados- sócio de Renan Bolsonaro” e não do filho do presidente.

Moraes também alegou que a agência foi usada para criar relatórios de defesa a favor do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-mandatário.

"A utilização da Abin para fins ilícitos é, novamente, apontada pela Polícia Federal e confirmada na investigação quando demonstra a preparação de relatórios para defesa do senador Flávio Bolsonaro, sob responsabilidade de Marcelo Bormevet, que ocupava o posto de chefe do Centro de Inteligência Nacional – CIN, como bem destacado pela Procuradoria-Geral da República", seguiu o ministro.

Abin teria produzido provas para beneficiar Flávio Bolsonaro no caso das rachadinhas

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) é suspeita de produzir provas para que os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se defendessem de investigações judiciais.

Dentre as hipóteses levantadas pela Polícia Federal está a situação envolvendo um suposto esquema de “rachadinha” cometido pelo senador Flávio Bolsonaro (PL) em seu gabinete quando ele ocupava o cargo de deputado estadual.

À época em que Bolsonaro estava no poder, a Abin foi gerida pelo hoje deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), amigo da família do ex-mandatário que é suspeito de usar a agência para espionar adversários políticos. Nesta quinta-feira, 25, a PF faz buscas contra Ramagem.

No mesmo período, Flávio Bolsonaro foi alvo de investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro, por suspeita de desvio de dinheiro de funcionários do seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, quando era deputado estadual, entre 2003 e 2018.

Em 2020, o MP denunciou Flávio à Justiça como chefe de uma organização criminosa que desviou cerca de R$ 6 milhões. No entanto, ele sempre negou as acusações e, em 2021, obteve no Superior Tribunal de Justiça (STJ) a anulação de todas as decisões do juiz do caso.

Ao final daquele ano, a Revista Época tornou público documentos que sinalizavam que a Abin havia sido usada para proteger Flávio no caso.

Conforme a revista, nesses documentos a Abin detalha a finalidade de "defender FB [Flávio Bolsonaro] no caso Alerj [Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro]"; sugere a substituição dos "postos", em referência a servidores da Receita Federal; e traça uma "manobra tripla" para tentar conseguir os documentos buscados pela defesa do filho de Bolsonaro.

Além de Flávio, o irmão dele, Renan Bolsonaro, também teria sido beneficiado pela agência. Renan é alvo de uma investigação da Polícia Civil do Distrito Federal por suspeita de estelionato, falsificação de documentos, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e associação criminosa para dispor que empresas cumprissem suas obrigações com órgãos públicos e dívidas.

Em comunicado à imprensa, Flávio seguiu negando que tenha se beneficiado das ações da Abin.

“É mentira que a Abin tenha me favorecido de alguma forma, em qualquer situação, durante meus 42 anos de vida. Isso é um completo absurdo e mais uma tentativa de criar falsas narrativas para atacar o sobrenome Bolsonaro.

Minha vida foi virada do avesso por quase cinco anos e nada foi encontrado, sendo a investigação arquivada pelos tribunais superiores com teses tão somente jurídicas, conforme amplamente divulgado pela grande mídia”, consta na nota.

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